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sábado, 9 de maio de 2009

Feel the fear and do it anyway!

Susan Jeffers no seu livro "Feel the fear and do it anyway" (em português "Sentir o medo e avançar à mesma"), sustenta a tese de que o medo de qualquer coisa não é mais do que o medo de não a conseguirmos suportar. Se soubessemos que conseguiríamos suportar tudo o que nos possa acontecer na vida, não sentiríamos medo.

A palavra suportar leva a pensar em pessoas fortes, que conseguem vencer tudo e todos. Não é verdade. Neste contexto parece ter mais a ver com a inteligência em lidar com as situações do que com força. Se pensarmos bem, todos os nossos medos e receios têm subjacente a ideia de incapaciade. Por exemplo, quando alguém diz "Tenho medo de conduzir!", provavelmente não é de pegar num volante e manobrar um carro que estas pessoas receiam, nem sequer de sofrer um acidente por mais desagradável que isso seja: do que elas realmente têm medo é de não conseguir suportar as consequências de um possível acidente e os danos físicos e psicológicos que daí possam advir. O objecto do nosso medo é normalmente algo a cujas consequências damos demasiada importância, sentimo-nos impotentes para ultrapassar e a imaginação demasiado fértil leva a prever um futuro após demasiado aterrador e irreversível. Para algo de tais dimensões, não há manual ou conselho que nos valha. Sentimos que não controlamos os acontecimentos, porque não sabemos ou não podemos, e como tal não conseguimos lidar com eles.


O maior de todos os medos é o medo de ter medo. Mas não se baseia o medo já no próprio medo? Ou seja, se temos medo de ratos, não devemos antes pensar que aquilo que nos assusta realmente é o medo de não conseguir lidar com a sensação desagradável que nos causa a presença desses animais? Os objectos, os acontecimentos, as pessoas, não são causa de medo. A causa do medo é outro medo, o medo de não sabermos ou conseguirmos lidar com os nossos sentimentos e emoções. Mesmo a morte, que assusta quase toda a gente, é uma máscara para aquilo que realmente receamos. A possibilidade do fim da nossa existência física - e para muitas pessoas mais do que isso - leva a pensar no que foi a nossa vida, se a vivemos bem, se estamos a seguir o caminho certo, e provavelmente naquilo que haverá depois. Por um lado há que lidar com as nossas emoções e sentimentos (a frustração, a culpa, deixar assuntos inacabados, etc), e por outro enfrentar o desconhecido. A verdade é que não sabemos como lidar com estes dois assuntos. O nosso verdadeiro medo é o medo de não conseguirmos lidar com estes factos e não a própria morte. A partir do momento em que acreditamos que conseguimos enfrentar tudo o que nos apareça pela frente e de lidar com os nossos próprios sentimentos, a maioria dos nossos medos desaparecerá.


A ideia de valentia e coragem que temos de quem não tem medo por vezes pode estar totalmente errada. Por vezes quem não tem medo é porque não pensa, enterra a cabeça na areia ou não tem consciência das consequências dos factos. Há que estar consciente das consequências, do que nos espera no futuro. Porém, há que acreditar que aconteça o que acontecer, haveremos de saber lidar com a situação e ter fé em que a conseguimos superar.


1 comentário:

Anónimo disse...

Todos nós sofremos (pelo menos uma vez na vida) de depressão.
Um bom médico, uma família e amigos por perto são os factores necessários para ultrapassar a doença.

Sei do que falo!

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