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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O desespero

Já há perto de três anos que relato a vários médicos os meus sintomas (ver post "Tensão em Demasia causa Sono"), observando sempre a mesma reacção: um encolher de ombros, ainda que apenas imaginado, traduzindo a sua incapacidade de fazer um diagnóstico correcto. Pergunto a mim mesma se serei única no mundo a tê-los. Normalmente receitam-me qualquer coisa. Qualquer coisa que nem sabem se preciso, apenas receitam qualquer coisa, com a esperança que actue como placebo. Há ainda aqueles que aproveitam a oportunidade para aprender e como tal transformam-me numa cobaia involuntária e sem o saber.
A resposta aos medicamentos pode-nos colocar numa posição muito vulnerável: pelos seus efeitos directos e secundários, pelo facto de provocarem alterações que sugerem diagnósticos nada apetecíveis, pelo simples facto de não nos levarem a lado nenhum e de nos estarem a fazer perder tempo.
Apesar de ser ainda jovem, a maioria dos medicamentos sugeridos estão associados ao tratamento da doença de Parkinson. Isso deixa-me triste, principalmente quando na farmácia me perguntam com ar complacente: "É para si? Ainda é tão jovem..."... Bom, isso também eu digo, apesar de saber que o que me está a ser receitado é apenas uma tentativa de combater os sintomas de algo que ainda não tem nome.
Está a tornar-se muito difícil trabalhar como me encontro. Não consigo conter os bocejos, o espreguiçar constante, a vontade incessante de me movimentar. Entre a demora de solução por parte dos clínicos e o frustrado avançar da minha carreira profissional, o sofrimento faz-me ansiar por respostas. Respostas que ninguém tem, respostas que quem as procura se encontra de repente num labirinto do qual não encontra a saída. Perante tal, meto eu mãos à obra. É para isso que servem a Internet e os livros. Gostava ao menos de encontrar alguém com os mesmos sintomas com quem pudesse trocar ideias. Até lá entrego-me à minha busca solitária. Mesmo que não encontre o que procuro, congratulo-me por tudo o que tenho aprendido durante o percurso.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ola!
Andava a pesquisar pela internet sobre depressoes, tenho 18 anos e sinto-me deprimida, farta de estar sozinha de estar em casa sozinha. comecei por perder a vontade de comer, passei dos 56 quilos para os 50 e vejo-me muito magra o que me assusta e ainda me deprime mais, adorava o meu corpo e agora a minha roupa está toda larga. Sinto-me mais nervosa discuto todos os dias com o meu namorado mas nem sei porque, nao consigo ser carinhosa so me apetece discutir. Sinto uma vontade enorme de explodir por tudo e por nada. afasto-me dos meus amigos e sinto-me sozinha, estou farta da escola, e farta de estudar. Estou farta de ver a minha mae deprimida e sem acreditar que eu tenho alguma coisa. é frustrante quando sabemos que estamos doentes e nao acreditam tenho amigos que graças a deus me apoiam imenso e que se preocupam ... mas sinto-me preocupada tento comer para engordar para voltar ao normal mas nao consigo...sinto-me mais cansada do que o normal, e ja nao durmo ate tao tarde ...
Precisava mesmo de desabafar isto. gosto do blog!!

Ivana disse...

Entendo o que sentes e obrigado por comentares. Vou deixar-te uma sugestão: criei um grupo onde podemos partilhar experiências, desabafar, enfim, conviver com quem nos pode compreender. https://groups.google.com/group/viver-com-depressao

Anónimo disse...

Eu me sinto da mesma forma, quando estou parado por um tempo sinto uma agonia e uma vontade de levantar e me movimentar, o tempo inteiro vivo me espreguiçando e bocejando, algumas pessoas já me veem como um preguiçoso talvez por causa disso. (9 anos depois alguém diz que sente os mesmos sintomas que vc...)

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