Translate

Mostrar mensagens com a etiqueta amor. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta amor. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O peso da esperança

Ver fonte da imagem


A esperança pesa. Custa a carregar. Porque se é esperança não é realidade ainda, é apenas a fé na realização de um desejo. Isso quer dizer que o presente não é perfeito, que a situação que se quer que mude está a causar algum tipo de sofrimento. E enquanto a esperança nessa mudança persistir, nada será alterado, caso contrário não seria esperança mas sim realidade.
É confuso, não é? Eu explico com uma situação concreta.
Ver fonte da imagem
Uma mulher vive momentos difíceis no seu casamento. O seu marido está constantemente a magoá-la. Ela vê o futuro muito incerto na relação. Como está, dói. Mas ela espera que a situação mude. Não conscientemente, porque o cérebro já percebeu que isso não vai acontecer. O cérebro sim, mas o coração não. Esse não consegue parar de acreditar que um dia tudo será como o seu desejo. Então tenta. TENTA. Esta é a palavra que pesa. Pesa porque implica sacrifício. Pesa porque é em vão. Pesa porque é trabalho a dobrar, dá muito trabalho o coração fazer o cérebro acreditar que a fé que tem, tem algum fundamento. Trava uma batalha contínua para que isso aconteça, consome toda a energia. Não resta mais para aquilo que é mais importante: ser feliz. Adia-se a felicidade por acreditar que a mesma só será possível quando tudo estiver bem na relação.
No dia que o coração, exausto, desistir da luta, será possível então canalizar a energia gasta para viver de verdade. Ninguém vive de verdade carregando o peso de uma relação, sabendo que a mesma só existe porque um deles está a tentar. Então e o outro? É como carregar um pedregulho. Conseguiria correr com um pedregulho atado ao tornozelo? Nem andar, não é mesmo?
Esperança é fé. Fé que não tem fundamento é ilusão. Ilusão é o engano dos sentidos e da mente.
Vale a pena pensar nisto.

domingo, 2 de dezembro de 2012

A importância dos Animais de Estimação

 Eu tenho um gato; a vizinha da frente tem um caniche; a de cima tem um papagaio (que não se cala!); o meu melhor amigo tem um lagarto... Porquê esta tendência do ser humano para ter animais de estimação? Podem haver várias respostas:
- para não se sentirem sozinhos;
- para sentir o poder de dominar;
- para terem com que se ocupar (e preocupar);
- para sentirem que são realmente seres humanos.

Não somos todos iguais. Muitos daqueles que têm animais de estimação dizem tê-los por uma questão de companhia. Esta realidade, embora exista de facto, mascara muitas vezes a verdadeira razão pela qual adoptamos aqueles bichos que nos cativam, com os quais criamos uma certa empatia. 

Qualquer que seja o animal que escolhemos, este passa a ser nossa propriedade. Há à partida um sentimento de posse, algo nos pertence. Depois, esse animal passará a estar dependente de nós, a todos os níveis, desde o fornecimento de alimentação até aos cuidados de higiene e saúde. Temos algo com que nos ocupar, que preenche uma lacuna existente na nossa vida. Todos temos amor para dar. Quando não o conseguimos dar a um outro ser humano, resta-nos pelo menos a alternativa de o poder dar aos animais. Mas existe outra faceta menos nobre nesta questão: consideramo-nos superiores aos animais, somos os inteligentes, os bichinhos que estão debaixo da nossa alçada não passam de instrumentos para nos sentirmos também poderosos: afinal de contas, dependem exclusivamente de nós, muitas vezes somos os únicos que sabemos da sua existência, podemos, se quizermos, matá-los, trancá-los num quarto escuro, dar-lhes comida fora de validade... Não vamos fazer isso, claro, mas sabemos que temos esse poder. Isto pode ser válido apenas para algumas pessoas, mas é de facto uma realidade. Quantos de nós não fomos já incomodar o gato para lhe fazer umas festinhas quando

o que ele mais quer é dormir, ou obrigamos o cão a tomar banho quando ele nem sequer molhar as patas lhe apetece? Depois há o facto de nos sentirmos mais humanos perto de um animal. Na medida em que continuamente nos comparamos com os outros, comparar-nos (fazemo-lo de forma inconsciente) com os nossos bichos faz-nos parecer maiores, superiores, inteligentes... Por vezes uma forma de nos sentirmos seres humanos não é caminhar entre os nossos iguais mas sim entre os animais.

É por todas estas razões, ainda que inconscientemente assim ajamos, que temos, precisamos, de um animal de estimação. Para as crianças é uma espécie de amigo com o qual evoluem no seu crescimento; para os adultos, a questão é outra: por vezes são a única companhia que têm ao longo dos dias que são sempre iguais, sempre cinzentos. São de extrema importância e devemos agradecer-lhes por tudo o que têm feito pela humanidade.

domingo, 8 de julho de 2012

A Espiral da Procura

Gosto de chamar a este tema "A mulher só e o príncipe encantado", com referência a um livro de Jean-Claude Kaufmann.
Cada pessoa é como é, física e emocionalmente falando. A sua estrutura emocional, variável portanto de indivíduo para indivíduo, faz com que aquilo que os satisfaz varie também. É natural que cada um de nós, desde que temos consciência dos nossos desejos, que procuremos algo que os satisfaça, que nos realize. Contudo, ao longo da vida vamos acumulando ensinamentos, vamos aprendendo a esquecer o nosso lado instintivo. Passam a então a coexistir dois sistemas de valores para cada pessoa: aquele que lhe é intrínseco, e aquele que foi aprendendo ao longo da vida. Muitas vezes não coincidem e por vezes são mesmo contraditórios.
Como é natural, também procuramos parceiros (namorados/as, esposos/as, amantes, etc). O que procuramos é algo mais que físico, é alguém que partilhe os nossos valores, que nos complemente, enfim, a nossa alma gémea como muitos lhe chamam. Muitas vezes erramos, não porque não soubemos escolher, mas porque não nos estávamos a reger pelo nosso sistema de valores intrínseco mas sim pelo aprendido. Mas acontece a todos. É então que vamos também acumulando mágoas, cicatrizes que não desvanecem com o tempo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a nossa procura não pára, mesmo quando a fazemos parar na prática. O nosso ego continua à procura, refinando cada vez mais os filtros. Continua à espera do príncipe ou da princesa encantada.
A personagem do príncipe ou da princesa encantada refere-se a uma pessoa que não existe, de tão perfeita que terá que ser. Trata-se de alguém inalcansável,que vive apenas na nossa imaginação.
Quando se encontra a nossa alma gémea, a nossa procura pára. Não temos mais necessidade de continuar em plena procura porque já encontramos a pessoa que se enquadra no nosso sistema de valores intrínseco. Finalmente os nossos radares inconscientes descansam. Até lá, mesmo sem saber, entramos numa espiral de procura interminável, pois ela aumenta na medida em que cada vez mais nos apercebemos de que esse príncipe/princesa encantado/a não existe.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Amor e Amor-Próprio

"Só há um tipo de amor que supera tudo: o amor-próprio". Esta frase é repleta de significado. Mais do que dizer que a auto-estima é fundamental para que possamos ultrapassar os obstáculos que se nos deparam ao longo das nossas vidas, também nos elucida sobre o verdadeiro sentido do amor. O amor-próprio é o único que é verdadeiramente forte, independente e auto-suficiente, como uma construção de bases sólidas que facilmente suporta as intempéries e continua de pé, passível de ser aumentada e albergar hospedes nas suas divisões. Mais que um amor egoísta e egocêntrico, o amor-próprio é como uma chama que ao arder aquece também aqueles que estão próximos. É impossível pois, aquecer (amar) os outros, se a chama não estiver fortemente acesa em nós próprios (se não nos amarmos a nós próprios).
A sociedade em que vivemos incute-nos a ideia do amor omo algo que apenas faz sentido quando vivido a dois. Desde a literatura ao cinema até aos nossos pais e amigos e ao vizinho do lado, sempre nos foi passada a mensagem de que a felicidade passava pelo encontro da alma-gêmea, o ser que nos completa, porque somos uma metade procurando a outra metade: o amor assentava numa procura permanente seguida de consequente insatisfação e frustração, pois não se pode fazer depender de ninguém nem de nada a nossa felicidade, mas apenas de nós mesmos. A palavra dependência só por si gera infelicidade. Baseado neste conceito de amor com que convivemos durante toda a nossa vida, a moioria de nós nunca o buscou no lugar mais óbvio e apropriado: dentro de si mesmo.
Quando nos amamos a nós próprios encontramos verdadeiramente a liberdade, porque estamos livres da dependência. Não procuramos porque já encontramos, já não sentimos nenhum vazio dentro de nós o qual ansiamos por preencher. A vida torna-se assim menos pesada, pois há um fardo enorme que deixamos de suportar. Não devemos querer carregar outrém com a responsabilidade de perfazer a nossa unidade (que julgamos ficar completa apenas com duas metades, duas pessoas). Não temos sequer esse direito.
Quando enfim livres encontramos alguém a quem amar, amamo-lo de forma diferente, de forma plena, porque não temos nada para lhe exigir, mas somente algo para lhe dar. Não esperamos que nos preencha, que nos complete, mas apenas desfrutamos do prazer desse amor. Desta forma o que recebemos também nos parece mais, porque não está a ser pedido, e na medida em que nos sentimos bem com nós próprios também estamos em condições de dar mais. As relações assentam em bases mais saudáveis e sólidas.
Pedir ao outro que nos ame em substituição de nós próprios é transferir responsabilidades. Geralmente fazemo-lo inconscientemente, sem sequer perguntar, sem obter aprovação do outro lado. Trata-se claramente de uma injustiça, mas claro que estas não chegam às barras dos tribunais. Contudo sabemos que aquilo que não é equilibrado tende para o equilíbrio e as construções que não assentam em bases sólidas facilmente se desmoronam.
Actualmente a sociedade está a mudar um pouco a sua visão do conceito de amor. Mas a avaliar por aquilo que vemos à nossa volta, ainda nem sequer estamos preparados para nos aceitarmos como somos. Somos bombardeados com falsos exemplos de felicidade, baseados em padrões impossíveis de alcançar pela maioria dos mortais, assentes no consumismo e no materialismo, somos impelidos a esquecer os valores mais intrínsecos da vida humana. Não nos amamos porque amamos o ideal que queremos atingir, quando o importante é o presente e o que realmente somos, quer corresponda ou não a esse ideal; procuramos o amor no outro porque acreditamos que somos metades à procura da outra metade que completa um todo quando na verdade somos um ser inteiro por definição. E assim vamos perdendo o nosso tempo e gastando a nossa energia sem nunca encontrar a verdadeira felicidade...

Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

Mais vistas