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domingo, 9 de março de 2014

Aprender a viver - Os sentimentos também são aprendidos

*Imagem retirada do site http://elusapaz.blogspot.pt/
No lugar onde nasci, quando alguém morre, os familiares  vestiam-se de preto da cabeça aos pés, as mulheres punham um lenço na cabeça e um xaile de lã pelas costas (mesmo que estivéssemos no pico do verão), deixavam de pintar o cabelo e se usassem dentaduras postiças tiravam-nas. Se o falecido fosse o marido, isto durava toda a sua vida. Para além disto, deixavam de ir a festas, ouvir qualquer tipo de música, e até rir num convívio social. A vida praticamente acabava, quer se gostasse muito ou pouco da pessoa falecida.
Esta forma de comportamento, imposta pela tradição, educava para a tristeza, na medida em que, após a morte de alguém, era imperativo que também os vivos morressem para a vida, pois não lhes era permitido lutar contra isso. "Deverás sofrer", era o que implicitamente lhes era ensinado.
Quando cresci e me afastei daquele lugar, estes ensinamentos ficaram marcados no meu inconsciente. Perante um acontecimento triste, eu deveria ficar triste, ao invés de lutar para me sentir melhor. Ora isso teve como consequência que a depressão se instalasse, que me sentisse de certa forma "amarrada" àquele acontecimento para sempre, em vez de procurar uma solução que me devolva a alegria. Sempre que o instinto me levava a procurar essa tal solução, um sentimento de culpa apoderava-se de mim. Tudo isto se passava a nível inconsciente, eu nem me apercebia do que estava a acontecer. 
O ser humano é feliz por natureza. Força-lo, por força do que aprendemos, a ser triste, gera uma grande contradição dentro de nós, leva a uma luta interna que se traduz em depressões, ansiedade, angústia. É muito difícil cortar com tudo aquilo que aprendemos, por vezes durante toda a vida. Por vezes achamos que aquilo é que é certo e que todas as outras formas de comportamento estão erradas, o que torna a tarefa ainda mais difícil. Mas se não o fizermos, será muito complicado seguir o caminho da felicidade.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Solidão, a quanto obrigas!....

Este é um tema transversal a todas as classes, gerações e estados de saúde mental. É um fantasma tão assustador, que importa pensar em todas as pessoas que se sentem sós, na realidade por detrás do sentimento e perceber que as suas atitudes, embora à primeira vista desconcertantes aos nossos olhos, podem não passar de um acto de desespero. A solidão dói, pesa, e nem sempre existem formas disponíveis para nos livrarmos deste mal.
Que fazemos então, para atenuar este sofrimento?

Um americano de 20 anos de Nova Yorque, Jeff Ragsdale encontrou uma forma original para pôr fim à sua solidão, após o fim de um relacionamento em 2011: colocou o seu numero de telefone em panfletos de rua, com a mensagem: "liguem-me". Com esta forma inusitada angariou milhares de ligações de todo o mundo, acabando por transformar o seu conteúdo num livro intitulado "Jeff, One Lonely Guy". Jeff encontrou no telefone um canal de comunicação com um universo anónimo e o conselho que dá a quem se sente só é "ir atrás das pessoas". (fonte: http://www.saomiguelpoint.com.br/news/?noticia=12818)
Esta forma parece ser assustadora e apenas possível para alguém com uma dose de coragem excepcional. penso contudo que Jeff a utilizou como último recurso.           
    Senhora 60A Educada, boa apresentação, s/ família, c/ grandes dificuldades financeiras , angustiada pela solidão.Procura cav. livre que dê apoio, ajuda e companhia .Assunto de extrema sensibilidade. Sintra - 962404434. "
Este anúncio foi encontrado num jornal comum, e é exemplo de muitos outros que normalmente surgem neste e noutros meios de comunicação. A angústia, como a mesma senhora indica, move-a no sentido do encontro com outro ser humano, não importa que seja um desconhecido. A aposição do número de telefone ilustra bem esta ânsia.

Melinda Schmidt, uma norte-americana passa o dia a dar abraços na rua a quem não conhece, depois de se ter mudado para uma nova cidade na Carolina do Norte, sozinha. Foi esta a forma que encontrou para combater a solidão. Chamou-lhe "365 Days of Hugs". Em cada dia do ano esta mulher escolhe uma pessoa ao acaso e abraça-a, mantendo ainda na internet um blog sobre o tema, que já é considerado um sucesso.(fonte.http://www.ptjornal.com/201207189705/geral/insolito/norte-americana-passa-o-dia-a-dar-abracos-a-quem-nao-conhece.html  Pode ver o vídeo aqui: http://www.hooplaha.com/365-days-of-hugs/)

E você, cidadão comum, o que já fez para preencher esse vazio tão angustiante, que é a solidão? Conte-nos algumas coisas, verá que não será o único, por mais estranhas que lhe pareçam!


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Os vários tipos de ansiedade - Correlação com o medo

Apesar de muitas vezes enfiados no mesmo saco, os transtornos psicológicos ligados à ansiedade têm diferenças entre si, quer em termos de sintomas ou mesmo de tratamento. Assim, convém antes de mais perceber quais as principais diferenças.

  • Ataques de Pânico - São episódios de ansiedade extrema de curta duração, com sintomas físicos bem marcados, tais como taquicardia, falta de ar, síncope, tonturas, sudorese.
  • Fobias específicas - medos injustificados e exagerados de algo ou alguma situação em particular. As crises são desencadeadas pela presença do objecto ou situação ou pela sua previsão ou possibilidade de ocorrência.
  • Stress pós-traumático - ocorre na sequência de um acontecimento com uma carga emocional negativa muito intensa (ex. acidentes, guerras, etc). A pessoa vivencia essa situação vezes sem conta, é como se tratasse de uma fotografia impressa na memória factual e emocional que não desaparece com o tempo, como seria normal.
  • Ansiedade generalizada - os sintomas associados à ansiedade comum (não patológica ou normal) encontram-se exacerbados, prolongam-se por muito tempo e perturbam o normal funcionamento da vida do indivíduo, causando marcado sofrimento. O seu objecto é indefinido.


O que pretendo analisar aqui é a relação entre a ansiedade generalizada e o medo irracional. Este tipo de ansiedade parece evoluir de situações de stress intenso e pode ser desencadeado por algum acontecimento stressante, ao qual o indivíduo não se conseguiu adaptar. Há uma correlação mórbida entre os sintomas físicos e o evoluir do quadro. A insegurança típica dos estados ansiosos associada à persistência dos sintomas físicos leva ao desenvolvimento do medo. É certo que se suprimíssemos esta emoção não teríamos ansiedade. É importante verificar aqui a presença de uma outra emoção que é a angústia. Esta última intensifica o sofrimento psicológico. Cria-se portanto um efeito bola de neve, no qual ansiedade gera medo que gera angústia que gera novamente ansiedade e assim por diante. Não se sabe ao certo o que desencadeia o quê, apenas que é impossível dissociá-los.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Dependências afectivas e emocionais


Viver uma vida inteira dentro de uma nuvem negra, além de nos impedir de desenvolver a nossa inteligência emocional, leva-nos a criar dependências. Não me refiro apenas a químicos, como o caso de medicamentos antidepressivos e outros ou estupefacientes, mas sim dependências emocionais e afectivas. Estas últimas surgem como forma de compensar o enorme sofrimento causado pelo imenso desgaste que é o confronto diário com a vida. Procura-se carinho, compreensão, alguém que cuide de nós. Não importa o preço que paguemos por isso. Por vezes o que recebemos são apenas migalhas, mas achamos que isso é melhor que nada e temos medo de arriscar algo melhor. O medo de perdermos o que temos supera a humilhação, o desespero supera o desejo. Outras vezes temos sorte e encontramos nas pessoas que nos estão próximas tudo o que necessitamos. Tudo, ou melhor, tudo o que é possível, porque é imenso o que necessitamos e ninguém consegue realmente satisfazer na íntegra essa necessidade. Em ambos os casos não deixamos de estar dependentes. Não saímos de casa dos pais, não terminamos uma relação que não está a dar certo, não nos afastamos daquele amigo que apenas nos vê como financiador dos seus projectos, etc. Ou não. Ou nem sequer somos capazes de ver que vivemos uma farsa e que o nosso estado de felicidade é arquitectado pela nossa mente e não é real. Porque manipulamos os nossos próprios valores em função da nossa dependência de forma a que o seu objecto nunca nos falte.

Mas o que acontece quando esse objecto nos falta um dia? Ninguém é eterno e muito menos está sempre disponível. A dependência passou a ser uma componente das nossas vidas como outra coisa qualquer. Quando o seu objecto desaparece fica um buraco, um vazio apto a capturar tudo o que está solto para se preencher. A ausência de algo em que concentrar a procura de apoio afectivo e emocional deixa-nos desesperados e, perante tal cenário cometem-se erros. Cai-se nas teias de curandeiros, seitas, de pessoas que oferecem milagres a troco de dinheiro ou favores; criam-se relações das quais saímos abusados, tentamos soluções fáceis para a angústia momentânea (droga, cutting, bulimia, etc). Ou tapamos esse buraco com outras dependências ou enfrentamos o vazio: o medo, a ansiedade, o desespero. É neste contexto que por vezes surgem as fobias, os ataques de pânico e outros transtornos.

Temos escolha? Será que todas as pessoas que viveram muito tempo na nuvem negra criaram dependências e se vêm confrontadas com estas situações em alguma altura das suas vidas? Algumas pessoas têm personalidades mais fortes que outras. Mas no fundo essas também não se deixam estar muito tempo dentro da nuvem.

Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

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