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domingo, 9 de março de 2014

Aprender a viver - Os sentimentos também são aprendidos

*Imagem retirada do site http://elusapaz.blogspot.pt/
No lugar onde nasci, quando alguém morre, os familiares  vestiam-se de preto da cabeça aos pés, as mulheres punham um lenço na cabeça e um xaile de lã pelas costas (mesmo que estivéssemos no pico do verão), deixavam de pintar o cabelo e se usassem dentaduras postiças tiravam-nas. Se o falecido fosse o marido, isto durava toda a sua vida. Para além disto, deixavam de ir a festas, ouvir qualquer tipo de música, e até rir num convívio social. A vida praticamente acabava, quer se gostasse muito ou pouco da pessoa falecida.
Esta forma de comportamento, imposta pela tradição, educava para a tristeza, na medida em que, após a morte de alguém, era imperativo que também os vivos morressem para a vida, pois não lhes era permitido lutar contra isso. "Deverás sofrer", era o que implicitamente lhes era ensinado.
Quando cresci e me afastei daquele lugar, estes ensinamentos ficaram marcados no meu inconsciente. Perante um acontecimento triste, eu deveria ficar triste, ao invés de lutar para me sentir melhor. Ora isso teve como consequência que a depressão se instalasse, que me sentisse de certa forma "amarrada" àquele acontecimento para sempre, em vez de procurar uma solução que me devolva a alegria. Sempre que o instinto me levava a procurar essa tal solução, um sentimento de culpa apoderava-se de mim. Tudo isto se passava a nível inconsciente, eu nem me apercebia do que estava a acontecer. 
O ser humano é feliz por natureza. Força-lo, por força do que aprendemos, a ser triste, gera uma grande contradição dentro de nós, leva a uma luta interna que se traduz em depressões, ansiedade, angústia. É muito difícil cortar com tudo aquilo que aprendemos, por vezes durante toda a vida. Por vezes achamos que aquilo é que é certo e que todas as outras formas de comportamento estão erradas, o que torna a tarefa ainda mais difícil. Mas se não o fizermos, será muito complicado seguir o caminho da felicidade.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Em busca da felicidade


Aprendi mais neste último ano que nos anteriores trinta. É claro que não me refiro a ensinamentos académicos, nem tão pouco a cultura geral. Refiro-me a uma aprendizagem íntima e emocional que parece estar a ser incrementada uma velocidade exponencial, que gostava de partilhar convosco.

Aprender só se consegue quando estamos interessados em tal, quando a nossa mente está aberta o suficiente para abarcar novos conhecimentos e experiências, quando achamos que não sabemos quase nada do que existe para saber e principalmente quando temos a humildade suficiente para aceitar que todos têm alguma coisa para nos ensinar e que tudo o que nos acontece na vida tem uma lição subjacente. A mim, nunca me faltou a humildade, devo confessar que o que me faltou foi a abertura da mente e o interesse em aprender. Considero que fui uma boa aluna, aprendi na perfeição tudo o que os professores me ensinaram nas aulas, assisti a inúmeras formações e aprendi muito a nível profissional. Contudo, isso era o que menos interessava. Não foi isso que contribuiu para a minha felicidade. Não me considerei mais feliz com o nível de cultura que atingi do que antes de me sentar numa sala de aulas. Não nos ensinam na escola o essencial, todas as reformas feitas no ensino até agora visam apenas capacitar o indivíduo para o seu futuro profissional e ensinar-lhe ferramentas com vista à sua insersão na sociedade, de um ponto de vista material. É de todo ignorado o indivíduo enquanto ele próprio, os alunos são vistos como um todo e o tempo e o dinheiro são poucos para lhes oferecer ferramentas para alcançar a sua felicidade. Parece irónico que um estado e sociedade que se preocupam tanto com o futuro não tenha a mesma preocupação com a forma como esse futuro é vivido.

Durante quase toda a minha vida estive presa a crenças sobre mim própria e sobre como deveria ser a minha relação com o mundo, decerto idênticas às de muita gente:
- O teu destino está traçado;
- Os outros são melhores e sabem mais que tu;
- Quanto mais velha uma pessoa é mais sabe da vida e quando se atinge a velhice sabe-se quase tudo;
- Há que duvidar sempre do que os outros dizem porque a vida é uma competição;
- Há que esconder os nossos sentimentos para não nos considerarem fracos;
- Deves ser submisso porque não vais conseguir nada remando contra a maré;
- Deves seguir os outros para que não te julguem diferente;
- O mundo está cheio de desgraças e como tal temos que ver as coisas pela negativa;
- O sucesso está reservado a meia dúzia de felizardos e tu não és um deles;
- Não é o que tu queres que importa mas sim o que está disponível para tu obteres;
- Quanto mais trabalhares, mais dinheiro vais conseguir;
- Etc..

A quantos de vós estas palavras não soam a familiares? Estas crenças moldaram-nos desde que nascemos. A mim, não deixaram que a minha mente estivesse disponível para pensar por mim própria. Impediram-me de acreditar em mim mesma. Mantiveram-me colada a uma triste realidade causada pelas minhas atitudes e pensamentos destrutivos, que eu não tinha forças nem motivação para mudar. É que só se pode mudar quando se começam a pôr em causa todas as crenças em que estivemos a basear a nossa vida. E isso é muito mais difícil do que pensamos, pois uma das funções das crenças é dar-nos respostas para qualquer que seja a pergunta, dispensando assim a nossa análise crítica. Ao longo de toda a nossa vida não estivemos sequer habituados a pensar nelas, sempre foram um dado adquirido, uma verdade imutável. Como poderíamos pô-las em causa?

Quando comecei a ler livros sobre inteligência emocional, cedo percebi que nem sequer sabia identificar as minhas emoções; quando questionei outras pessoas sobre isso, descobri que elas também não sabiam. Reparei que aprendendo a conhecê-las iria alcançar um maior controlo da minha vida. Pela primeira vez questionei se aqueles que nem sequer as sabiam identificar estariam certos acerca de tudo o que me haviam ensinado até então. Pouco a pouco fui pondo todas as outras crenças também em causa. Seria verdade tudo aquilo que me tinham enfiado na cabeça desde que nascera?

Li muito sobre auto-estima, inteligência emocional, atitudes positivas e desenvolvimento pessoal. Comecei a estar atenta às pessoas que eram felizes porque só estas tinham alguma coisa para me ensinar. Aprendi que:

- O destino somos nós que o fazemos, através de cada decisão que tomamos, independentemente da importância desta;
- Eu tenho capacidades e se os outros são capazes eu também sou; posso não saber mais que os outros, mas tenho vontade e procuro a cada passo aprender ainda mais que eles;
- O conhecimento é ilimitado e é arrogância pensar que se sabe quase tudo. O conhecimento é independente da idade e existem vários tipos, não um só.
- A vida não tem que ser uma competição, apenas temos que dar o nosso melhor e desde que o façamos, não temos nada a temer. Se desconfiarmos constantemente dos outros, será que somos de confiança?
- Os nossos sentimentos podem ser escondidos dos outros, mas nunca de nós mesmos. Mesmo assim, partilhá-los leva a criar laços entre as pessoas que de outra forma nunca surgiriam;
- Devemos ser sempre fiéis aos nossos valores, ainda que isso implique lutar contra meio mundo;
- Devemos seguir o nosso caminho, por nós traçado e não o caminho que os outros escolheram, para eles ou para nós;
- O mundo também tem coisas boas a acontecer: temos é que olhar para elas, pois elas estão por todo o lado: se olharmos para o mundo de uma forma positiva vamos estar sempre a deparar-nos com elas;
- O sucesso depende de acreditar. Se acreditarmos o suficiente, vamos ter sucesso;
- O que nós queremos importa. Só assim podemos estabelecer tal como um objectivo a atingir e lutar por ele;
- Não é trabalhando mais que vais conseguir enriquecer: por vezes é parando, levantando a cabeça que se conseguem ver as melhores oportunidades. Não é de dinheiro que falo neste post, mas este princípio aplica-se a todos os aspectos da nossa vida.

Vou continuar a "estudar". Sei que vai valer a pena.

Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

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