Translate

Mostrar mensagens com a etiqueta infelicidade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta infelicidade. Mostrar todas as mensagens

sábado, 20 de agosto de 2016

A infelicidade deriva da socialização

Ver fonte da imagem
O ser humano nasce naturalmente feliz. A felicidade é inata. Se fosse possível perguntar a um recém-nascido como ele se sente, ele diria que se sentia feliz. Ainda que passe grande parte do tempo a chorar, para ele isso são episódios transitórios, uma pedra no sapato, que depois de tirada tudo volta ao normal. Mas então porque é que há tantas pessoas infelizes, se todos nascemos felizes e o somos por natureza? Bom, porque a infelicidade é aprendida. Sim, a forma como percepcionamos as experiências negativas da vida reestruturam o nosso cérebro de forma a viver em constante estado de mal estar. A pedra no sapato cresce e passa a fazer parte do sapato.

Desde o nascimento que somos bombardeados com experiências menos boas. O bebé chora e a mãe demora a consolá-lo, quer um brinquedo e é-lhe negado. Quando cresce é obrigado a ir para a escola, encontra colegas que não o aceitam bem, gostava de ter roupas que os pais não podem comprar. Na adolescência apaixonam-se e não são correspondidos, têm desilusões com amigos, os pais divorciam-se, o gato morre. E assim por diante. 

Todos nós passamos por situações menos boas ao longo da vida. Não há excepções. Mas nem todos lidamos com as experiências negativas da mesma forma. De facto, perante uma mesma situação, haverá reacções diferentes. Por exemplo, no exemplo acima citado em que o adolescente quer uma roupa que os pais não podem comprar. De que forma é que este acontecimento o fará sentir mal? Três coisas têm que acontecer em simultâneo:
- A comparação: muita da infelicidade surge porque constantemente nos comparamos com outras pessoas. Os outros têm, e eu não; os outros podem e eu não; os outros conseguem e eu não. O eu é constantemente comparado com os outros. Achamos que os outros são felizes porque têm, podem ou conseguem o que nós não. Instala-se um sentimento de inferioridade que mina a auto-estima, desencadeando a infelicidade;
- O que nos dizem para sentir: perante um dado acontecimento, somos ensinados como reagir. Se uma pessoa morre, devemos chorar; se o namorado nos deixa, devemos sentir-nos tristes; se não temos dinheiro, devemos sentir-nos mal;
- A repetição: se um acontecimento se repete muitas vezes ou as experiências negativas não param de acontecer, a tendência, o cérebro habitua-se a um estado de mal-estar.
Podemos então concluir que a infelicidade deriva da socialização. Ou seja, à medida que nos misturamos com os outros, expomos-nos à infelicidade. 

Será que se nunca tivéssemos conhecido ninguém desde que nascemos, seríamos sempre felizes? Provavelmente, mas não temos ninguém para prová-lo.

Ainda assim, muitas pessoas são sujeitas aos mesmos acontecimentos e nem todas são infelizes. A razão é que algumas pessoas estão mais viradas para elas próprias e outras para os outros e o mundo à sua volta. Pensar constantemente no "Eu" faz com que interiorize-mos os acontecimentos de forma mais profunda. E isso faz toda a diferença.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Deixar de acreditar

Fonte da imagem
O que mais custa é quando deixamos de acreditar. Ou a razão porque deixamos de acreditar. Mas vai dar tudo no mesmo. Quando nos fartamos de lutar, estamos esgotados, sem forças. E então baixamos os braços. Porque esforçamos-nos tanto e só recebemos desilusões. Porque acreditamos tanto e afinal acreditamos em algo que nunca foi real. Porque amamos tanto e até isso foi interpretado de forma errada. Porque nos sentimos sozinhos, vazios, sem nada...

Tanto faz que o rio corra para baixo ou para cima. Tanto faz que tenha caviar para comer ou um pedaço de pão duro. Tanto faz que use diamantes ou pedaços de plástico tosco.
Tudo neste mundo é transitório. Principalmente as pessoas. As pessoas nunca ficam muito tempo. Na hora do olá já se sabe que vai haver um adeus. 

O que resta se tudo o que nós queremos é impossível? Resta apenas o que não queremos. É suposto vivermos felizes apenas com o que não queremos, com o que nunca pedimos, com o que nos é imposto? Mas de que é que isto interessa a alguém?! Sabemos que ninguém sequer se importa, que vai continuar a ser sempre assim. Sabemos que podemos chorar a vida inteira que ninguém sequer pergunta. E mesmo que perguntem, já não há resposta a dar. Nenhuma resposta melhora nada, só piora. Sabemos-lo pela experiência, sentimos-lo pela frieza que nos rodeia, pelo ar que custa a respirar, pela indiferença. 

Acreditar não depende da nossa vontade consciente. Depende do nosso ser mais profundo. E no nosso ser mais profundo, as cicatrizes nunca se apagam. As feridas nunca saram totalmente. Então a única coisa que queremos é ficarmos quietinhos, em posição fetal, longe de tudo e de todos, para que nada nos toque nas feridas. Elas já doem só por si. Ninguém tem prazer em se expor para ser magoado.

Há merdas que doem mesmo muito. 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Não fomos desenhados para ser infelizes

Fonte da imagem: http://kleluz.blogspot.pt/2012/12/infelicidade-alheia.html
O ser humano trás no seu ADN todas as directivas para formar um corpo físico, com todas as funcionalidades necessárias à vida e continuação da espécie, mas não só. Porque o ser humano não é só corpo mas é dotado de inteligência e consciência. Quer elas advenham ou não da organização física das células do nosso cérebro, à semelhança do ADN, foram criadas para serem perfeitas, dotarem o seu detentor de todas as funcionalidades que lhe são inerentes. 

Uma das "consequências" de sermos inteligentes e termos consciência é termos sentimentos. Os sentimentos advêm das emoções, mas têm muito a ver com a forma como lidamos com elas e da interpretação subjectiva que cada pessoa lhes dá. 

A estrutura básica das emoções não conduz à infelicidade enquanto sentimento predominante. As emoções, mesmo as negativas, duram apenas alguns minutos e têm funções específicas de sobrevivência e continuação da espécie. Ou seja, não foram concebidas para construir sentimentos de infelicidade, muito pelo contrário. Por exemplo, a emoção de tristeza, transversal a muitas espécies de mamíferos, perante a morte de alguém querido. Esta emoção negativa está ligada à emoção de amor. que queremos prolongar e que a morte nos impede de poder usufruir dela. Mesmo nestes casos, deverá ser limitada no tempo, sobrepondo-se a ela todas as outras que impelem o ser para o fim para o qual foi desenhado: sobreviver. Para sobreviver necessitamos de procurar alimento, cultivar relações de amizade/amor, procurar segurança e conforto. Esta busca activa não se coaduna com um estado de infelicidade, que não é mais do que a resignação a um estado de sofrimento. A procura activa da felicidade elimina a infelicidade proveniente do sofrimento, pois actua como um propulsor que nos obriga a seguir em frente e não a parar e ter pena de nós mesmos.

Se foi desta forma que fomos construídos, desde a nossa concepção no ventre materno, porque então tantas pessoas são infelizes? O que correu mal? O que correu mal é que o ser original foi influenciado por tantas coisas que mal se vislumbra por baixo de tantas influências. A forma como fomos ensinados ou as experiências que fomos adquirindo moldaram-nos. O livre arbítrio que tínhamos inicialmente foi substituído por um conjunto de "instruções" que consciente ou inconscientemente damos a nós próprios sobre como lidar com as nossas emoções. E, quer acredite quer não, por vezes essas "instruções" conduzem-nos à infelicidade, mesmo que provenham de nós próprios.  São como um desenho ao qual se vão acrescentando pormenores à medida que caminhamos pela vida. A dada altura, a imagem já não tem nada a ver com a inicial, e nem sequer sabemos que traços apagar, nem sequer quais os quer foram acrescentados.

Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

Mais vistas