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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Em busca da felicidade


Aprendi mais neste último ano que nos anteriores trinta. É claro que não me refiro a ensinamentos académicos, nem tão pouco a cultura geral. Refiro-me a uma aprendizagem íntima e emocional que parece estar a ser incrementada uma velocidade exponencial, que gostava de partilhar convosco.

Aprender só se consegue quando estamos interessados em tal, quando a nossa mente está aberta o suficiente para abarcar novos conhecimentos e experiências, quando achamos que não sabemos quase nada do que existe para saber e principalmente quando temos a humildade suficiente para aceitar que todos têm alguma coisa para nos ensinar e que tudo o que nos acontece na vida tem uma lição subjacente. A mim, nunca me faltou a humildade, devo confessar que o que me faltou foi a abertura da mente e o interesse em aprender. Considero que fui uma boa aluna, aprendi na perfeição tudo o que os professores me ensinaram nas aulas, assisti a inúmeras formações e aprendi muito a nível profissional. Contudo, isso era o que menos interessava. Não foi isso que contribuiu para a minha felicidade. Não me considerei mais feliz com o nível de cultura que atingi do que antes de me sentar numa sala de aulas. Não nos ensinam na escola o essencial, todas as reformas feitas no ensino até agora visam apenas capacitar o indivíduo para o seu futuro profissional e ensinar-lhe ferramentas com vista à sua insersão na sociedade, de um ponto de vista material. É de todo ignorado o indivíduo enquanto ele próprio, os alunos são vistos como um todo e o tempo e o dinheiro são poucos para lhes oferecer ferramentas para alcançar a sua felicidade. Parece irónico que um estado e sociedade que se preocupam tanto com o futuro não tenha a mesma preocupação com a forma como esse futuro é vivido.

Durante quase toda a minha vida estive presa a crenças sobre mim própria e sobre como deveria ser a minha relação com o mundo, decerto idênticas às de muita gente:
- O teu destino está traçado;
- Os outros são melhores e sabem mais que tu;
- Quanto mais velha uma pessoa é mais sabe da vida e quando se atinge a velhice sabe-se quase tudo;
- Há que duvidar sempre do que os outros dizem porque a vida é uma competição;
- Há que esconder os nossos sentimentos para não nos considerarem fracos;
- Deves ser submisso porque não vais conseguir nada remando contra a maré;
- Deves seguir os outros para que não te julguem diferente;
- O mundo está cheio de desgraças e como tal temos que ver as coisas pela negativa;
- O sucesso está reservado a meia dúzia de felizardos e tu não és um deles;
- Não é o que tu queres que importa mas sim o que está disponível para tu obteres;
- Quanto mais trabalhares, mais dinheiro vais conseguir;
- Etc..

A quantos de vós estas palavras não soam a familiares? Estas crenças moldaram-nos desde que nascemos. A mim, não deixaram que a minha mente estivesse disponível para pensar por mim própria. Impediram-me de acreditar em mim mesma. Mantiveram-me colada a uma triste realidade causada pelas minhas atitudes e pensamentos destrutivos, que eu não tinha forças nem motivação para mudar. É que só se pode mudar quando se começam a pôr em causa todas as crenças em que estivemos a basear a nossa vida. E isso é muito mais difícil do que pensamos, pois uma das funções das crenças é dar-nos respostas para qualquer que seja a pergunta, dispensando assim a nossa análise crítica. Ao longo de toda a nossa vida não estivemos sequer habituados a pensar nelas, sempre foram um dado adquirido, uma verdade imutável. Como poderíamos pô-las em causa?

Quando comecei a ler livros sobre inteligência emocional, cedo percebi que nem sequer sabia identificar as minhas emoções; quando questionei outras pessoas sobre isso, descobri que elas também não sabiam. Reparei que aprendendo a conhecê-las iria alcançar um maior controlo da minha vida. Pela primeira vez questionei se aqueles que nem sequer as sabiam identificar estariam certos acerca de tudo o que me haviam ensinado até então. Pouco a pouco fui pondo todas as outras crenças também em causa. Seria verdade tudo aquilo que me tinham enfiado na cabeça desde que nascera?

Li muito sobre auto-estima, inteligência emocional, atitudes positivas e desenvolvimento pessoal. Comecei a estar atenta às pessoas que eram felizes porque só estas tinham alguma coisa para me ensinar. Aprendi que:

- O destino somos nós que o fazemos, através de cada decisão que tomamos, independentemente da importância desta;
- Eu tenho capacidades e se os outros são capazes eu também sou; posso não saber mais que os outros, mas tenho vontade e procuro a cada passo aprender ainda mais que eles;
- O conhecimento é ilimitado e é arrogância pensar que se sabe quase tudo. O conhecimento é independente da idade e existem vários tipos, não um só.
- A vida não tem que ser uma competição, apenas temos que dar o nosso melhor e desde que o façamos, não temos nada a temer. Se desconfiarmos constantemente dos outros, será que somos de confiança?
- Os nossos sentimentos podem ser escondidos dos outros, mas nunca de nós mesmos. Mesmo assim, partilhá-los leva a criar laços entre as pessoas que de outra forma nunca surgiriam;
- Devemos ser sempre fiéis aos nossos valores, ainda que isso implique lutar contra meio mundo;
- Devemos seguir o nosso caminho, por nós traçado e não o caminho que os outros escolheram, para eles ou para nós;
- O mundo também tem coisas boas a acontecer: temos é que olhar para elas, pois elas estão por todo o lado: se olharmos para o mundo de uma forma positiva vamos estar sempre a deparar-nos com elas;
- O sucesso depende de acreditar. Se acreditarmos o suficiente, vamos ter sucesso;
- O que nós queremos importa. Só assim podemos estabelecer tal como um objectivo a atingir e lutar por ele;
- Não é trabalhando mais que vais conseguir enriquecer: por vezes é parando, levantando a cabeça que se conseguem ver as melhores oportunidades. Não é de dinheiro que falo neste post, mas este princípio aplica-se a todos os aspectos da nossa vida.

Vou continuar a "estudar". Sei que vai valer a pena.

domingo, 1 de março de 2009

Medo do Sucesso

Desde as tarefas mais insignificantes das nossas vidas até às maiores, todos dizemos que ambicionamos o sucesso. Porém, por vezes falhamos justamente naquilo onde julgamos ser mais importante para nós alcançá-lo. Sentimos que nos esforçamos tanto, que concentramos todas as nossas forças naquele objectivo concreto e no entanto, na hora H, surge algo que compromete os resultados, culminando em fracasso todo o nosso empenho. Por vezes situações destas ocorrem repetidas vezes ao longo das nossas vidas e chegar ao "quase consegui" parece constituir uma espécie de padrão. Temos consciência que trabalhamos arduamente para o fim a que nos propusemos, não faltaram apoios, porque falhamos então? Culpamos a falta de tempo, a constipação que surgiu à última da hora, o transito, a chuva... tudo, excepto nós mesmos. Não temos consciência que por vezes, somos nós próprios que criamos aquilo que grandiosamente nos levaria ao sucesso, mas que inconscientemente abortamos todas as possibilidades de esse momento ocorrer.

Parece contraditório querermos tanto algo e sabotarmos os nossos próprios planos. Afinal de contas, não temos culpa de adoecermos ou de ter havido um acidente que empatou o trânsito. Isso não depende de nós, pensamos. Mas a história não é bem assim. Imaginemos alguém, vamos chamar-lhe João, que trabalhou durante seis meses num projecto que tinha que apresentar numa reunião da qual dependeria o aumento do seu salário e categoria profissional dentro da empresa onde trabalha.

O nosso inconsciente trabalha de forma independente, não é comandado pela nossa vontade explícita. É um armazém de dados e gere a informação baseada nos mesmos, aqueles que a mente consciente já se esqueceu ou nem sequer se apercebeu de que existiram. Tem um poder incrível para agir por detrás do pano. Por isso não nos apercebemos da sua actuação.

Voltando ao caso de João. Na véspera da reunião apanhou uma constipação que o deixou rouco. Apesar de tudo, resolveu ir na mesma. Meteu-se no carro e deparou-se com uma fila de trânsito enorme que lhe gorou todas as perspectivas de chegar à hora agendada. Parece apenas uma questão de azar. Mas analisando bem as coisas, o azar por vezes não chegar para justificar todos os fracassos.

João de uma família onde o pai era demasiado autoritário e a mãe demasiado submissa, onde sempre foi tratado como um bebé, apesar de ter crescido, ser muito inteligente e ter imensas capacidades. Contudo, nunca foi elogiado pelos seus sucessos, nem mesmo os maiores, e sempre lhe apontaram os erros e os pontos fracos de forma demasiado frequente e destrutivamente crítica. "Tu não és capaz", "Não te vão escolher", "Não sabes nada da vida"... foram frases como estas que João ouviu toda a sua vida. Por mais que actualmente pense o contrário, o seu inconsciente registou estas ideias negativas e no momento de tomar uma decisão, influenciam o resultado. Ele não se apercebeu, mas foi o seu inconsciente que debilitou o seu sistema imunitário, justamente numa altura crucial, de forma a que ele facilmente contraísse uma constipação. Por outro lado, na altura de iniciar a viagem, dirigiu o seu pensamento para todo o lado excepto para aquele que mais interessava no momento: fez com que se "esquecesse" de verificar as notícias sobre o trânsito e procurar caminhos alternativos de forma a evitar a fila e chegar assim a horas. Em vez de culpar o azar pelo sucedido, se há culpados, é o próprio João. Mas é claro que ele não sabe que foi o responsável por impedir o seu próprio sucesso.

Porque fez isso? Porque haveria alguém de trabalhar tanto para no último minuto deitar tudo a perder? Não acreditar verdadeiramente em si e ter medo do próprio sucesso. Medo de não saber lidar com ele. Porque toda a vida nunca foi os seus pequenos (e grandes) sucessos foram esquecidos, porque passou a acreditar no seu íntimo que não seria capaz. Ascender a um nível superior (como no caso de João a uma superior categoria profissional) acarreta também mais responsabilidades, a atenção recai mais sobre si. Pessoas como o João habituaram-se a viver na sombra, não gostam muito das luzes da ribalta e facto de terem interiorizado aquelas frases que repetidamente ouviram dizer dos seus pais ou familiares directos criaram nelas um medo de subir os degraus que levam ao sucesso. Por isso, por mais que conscientemente lutem contra isso, o seu inconsciente mexe os cordelinhos de forma a abortar os seus planos.

O João personaliza muitas pessoas anónimas que provavelmente nesta altura estão a ler este post. É difícil acreditar que o que estou a escrever aqui seja verdade, mas é-o de facto. Pode haver mais razões para que isto aconteça, como a previsão das consequências em relação por exemplo a uma mudança de local, o sentimento de culpa, etc. Mas vale a pena pensar sobre isso e em vez de culpar o azar pelos nossos fracassos, revermos o nosso inconsciente e começarmos por "tratá-lo" antes que ele nos trame outra vez.

Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

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