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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Conversa de mulheres - O progenitor perfeito

No meio de uma conversa de mulheres sobre o homem perfeito, Ana decidiu lançar uma questão no ar, tipo adivinha:
"- Quem escolherias para pai do teu filho se quisesses um dia ser mãe?"
Imediatamente todas as presentes, no seu íntimo, começaram a imaginar aquele que gostariam que juntasse os genes aos seus, o marido, o namorado, o apaixonado, alguém que tinham debaixo de olho ou simplesmente alguém que preenchesse mais requisitos na enorme lista do homem perfeito.
A questão pairou no ar durante alguns instantes, o silêncio da procura ou da reflexão pairou sobre a sala. Então Ana decidiu ajudar, dando sugestões, dentre as quais cada uma das mulheres teria que escolher uma.
" a) Einstein;
 b) Elvis Presley;
 c) Maathma Gandi;
 d) Pablo Picasso;
 e) José Castelo Branco"
As presentes, pensaram, pensaram e votaram. Os resultados dividiram-se entre os 4 primeiros nomes, justificados pela inteligência, bondade, dotes físicos, financeiros e artísticos.
Ana ficou boqueaberta com as respostas dadas.
"- Vocês não têm cérebro??" - Perguntou indignada, obtendo olhares de inquietude vindos de todo o lado.
"- Então, tu, que tens cérebro, - retorquiu uma das mulheres, com ar de ofendida - quem escolherias para pai do teu filho?"
Ana, calmamente respondeu:
"- José Castelo Branco, é claro!"
A risota foi total, mas como Ana não era considerada estúpida, pelo menos até àquela altura, alguém perguntou porquê, ao que ela, inteligentemente respondeu:
"- Porque de entre os cinco, é o único que está vivo!"
Dá que pensar, não dá??!!

domingo, 19 de agosto de 2012

As lentes com que vemos o futuro

Um dos sintomas da depressão é a nossa visão negra do mundo. A esperança reduz-se ao mínimo, por isso o futuro assusta-nos. Se o presente já nos deixa ansiosos, olhar para a frente e não ver nada de bom, mais agrava essa ansiedade. Para mim este sintoma só por si basta para identificar um quadro depressivo, embora a classe médica acrescente muitos outros. Este, pode desencadear todos os outros.
A palavra chave para vivermos felizes é "acreditar", "ter esperança". É isto que nos faz avançar, lutar, transpor   obstáculos e sorrir. Imagine então quando é justamente este pilar que está comprometido: a casa desmorona-se.   Sem esperança, o futuro parece demasiado duro, demasiado sombrio, demasiado negro. Por isso se sofre. Muitas vezes sentimos-nos como se estivéssemos num corredor da morte, à espera do dia final. É claro que não podemos olhar para a frente de forma positiva. 
Não temos culpa disto acontecer, contudo é sempre bom entender. Por alguma razão passam a existir duas "lentes" no nosso centro de discernimento: uma que aumenta as coisas más, os defeitos, a auto-piedade, a culpa, as más recordações, e outra que diminui as coisas boas, as boas memórias, a auto-estima. Provavelmente quando estamos bem, esses "objectos" não são lentes de aumentar ou diminuir, mas vidros normais, que permitem ver todas as coisas de modo equilibrado. Contudo, a existência dos mesmos dentro das nossas mentes, altera a nossa visão de tudo aquilo que nos rodeia e do mundo em geral. 
Temos que, apesar de estarmos a sofrer, resguardarmos um pouquinho da nossa capacidade de pensar, para pensarmos que os coisas não são como as estamos a ver. Elas estão normais, as lentes através das quais as vemos é que estão alteradas. Se entendermos isto, a esperança tem mais hipóteses de vencer.

O que se faz terapeuticamente, não deixa de ser  alterar os mecanismos que controlam essas "lentes" para que sejam repostos os vidros normais.

domingo, 29 de julho de 2012

Colecção de mágoas....

Já fizeram uma limpeza ao sótão, ou àquela arrecadação onde vão guardando ao longo dos anos tudo o que já não cabe no sítio? Pois é, de vez em quando todos fazemos isso, nem que seja uma vez por década...
Esse lugar está cheio de coisas que por terem algum valor sentimental, não as deitamos fora. Quando, passados anos, as revemos, cada um de nós tem uma surpresa: os que viveram alegrias, vão sorrir ao ver velhas fotografias, brinquedos de infância, postais de amigos, etc, etc.; os que sofreram ao longo da vida, vão olhar para essas mesmas coisas com um sentimento de tristeza e lágrimas nos olhos. Nessa altura, qualquer deles vai sentir que na vida coleccionou, não coisas, mas sentimentos: alegrias ou mágoas. 
Dói muito, para quem só coleccionou mágoas, fazer a arrumação dessa tal divisão... mas muitas vezes não guardamos essas mágoas apenas numa divisão onde só vamos de tempos a tempos. Por vezes toda a nossa casa está cheia de recordações: o bibelot que nos ofereceu A, os lençóis onde dormimos com A, os pertences dos que já partiram... Não nos damos conta de que tudo à nossa volta representa a nossa vida. É verdade que, independentemente dos objectos, os sentimentos estão no nosso coração, mas revê-los é reviver vez após vez esses mesmos sentimentos. 
Afortunados os que têm boas coisas para recordar, por para alguns a sua vida não passa de uma colecção de mágoas!

domingo, 8 de julho de 2012

A Espiral da Procura

Gosto de chamar a este tema "A mulher só e o príncipe encantado", com referência a um livro de Jean-Claude Kaufmann.
Cada pessoa é como é, física e emocionalmente falando. A sua estrutura emocional, variável portanto de indivíduo para indivíduo, faz com que aquilo que os satisfaz varie também. É natural que cada um de nós, desde que temos consciência dos nossos desejos, que procuremos algo que os satisfaça, que nos realize. Contudo, ao longo da vida vamos acumulando ensinamentos, vamos aprendendo a esquecer o nosso lado instintivo. Passam a então a coexistir dois sistemas de valores para cada pessoa: aquele que lhe é intrínseco, e aquele que foi aprendendo ao longo da vida. Muitas vezes não coincidem e por vezes são mesmo contraditórios.
Como é natural, também procuramos parceiros (namorados/as, esposos/as, amantes, etc). O que procuramos é algo mais que físico, é alguém que partilhe os nossos valores, que nos complemente, enfim, a nossa alma gémea como muitos lhe chamam. Muitas vezes erramos, não porque não soubemos escolher, mas porque não nos estávamos a reger pelo nosso sistema de valores intrínseco mas sim pelo aprendido. Mas acontece a todos. É então que vamos também acumulando mágoas, cicatrizes que não desvanecem com o tempo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a nossa procura não pára, mesmo quando a fazemos parar na prática. O nosso ego continua à procura, refinando cada vez mais os filtros. Continua à espera do príncipe ou da princesa encantada.
A personagem do príncipe ou da princesa encantada refere-se a uma pessoa que não existe, de tão perfeita que terá que ser. Trata-se de alguém inalcansável,que vive apenas na nossa imaginação.
Quando se encontra a nossa alma gémea, a nossa procura pára. Não temos mais necessidade de continuar em plena procura porque já encontramos a pessoa que se enquadra no nosso sistema de valores intrínseco. Finalmente os nossos radares inconscientes descansam. Até lá, mesmo sem saber, entramos numa espiral de procura interminável, pois ela aumenta na medida em que cada vez mais nos apercebemos de que esse príncipe/princesa encantado/a não existe.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A história não contada sobre a psiquiatria...

Se perceber um pouco de inglês, veja este documentário. Os medicamentos psiquiátricos geram muita controvérsia, mas convém estar a par de todas as teorias para poder escolher uma delas:

terça-feira, 12 de junho de 2012

Tratamento da depressão vs lucro


A depressão é uma das doenças mais estudadas dos últimos tempos e, apesar disso, parece estar a tornar-se endémica. Desde o início da aplicação das primeiras terapias têm havido avanços, mas muito lentos e diria mesmo muito modestos. Não se conseguiu uma forma de tratamento definitiva, com poucos efeitos colaterais, que  eliminasse as frequentes recaídas e que resgatasse dos hospitais uma boa parte dos internados. Decerto não é fácil inventar um medicamento ou uma terapia alternativa, mas às vezes parece que a intenção é mesmo avançar a um ritmo muito lento, de forma a que haja mercado para fazer crescer os lucros da indústria farmacêutica. De facto comprova-se pela percentagem de antidepressivos que é vendida por ano em função do total de medicamentos para todas as outras doenças. 
A depressão é uma doença que dá lucro. Não me lembro de terem sido tomadas quaisquer medidas por quem detém o poder no sentido de evitar que as pessoas entrem em depressão (excepto algumas tímidas campanhas publicitárias nos últimos anos). Será que é imaginação minha, ou falta aqui algum interesse em tentar diminuir o número e a gravidade das depressões?!...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O medo glogal

Mais uma vez trago-vos aqui algo que não é de minha autoria, mas concordo com tudo. Este foi o ponto a que chegamos, a sociedade que construímos mas que, sem maestro, toca cada um seu instrumento, num chinfrim de acordes desconcertados, onde o que devia ser música se transformou num ruído ensurdecedor. Já chegamos ao limite mas achamos que ainda estamos longe da meta. Trocamos a felicidade pelo medo, a ditadura do medo moldou as nossas mentes de forma a aceitarmos   ser manipulados em troca de promessas vãs. O hábito contínuo de sentir medo faz-nos sentir medo da própria felicidade com que tanto sonhamos: 
"(...)
Os que trabalham têm medo de perder o trabalho.
Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho.
Quem não tem medo da fome, tem medo da comida.
Os automibilistas têm medo de caminhar e os peões têm medo de ser atropelados.
A democracia tem medo de recordar e a linguagem medo de dizer.
Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas e as armas têm medo da falta de guerras.
É o tempo do medo.
Medo da mulher da violência do homem e medo do homem da mulher sem medo.
Medo dos ladrões, medo da polícia.
Medo da porta sem fechadura, do tempo sem relógios, da criança sem televisão, da noite sem comprimidos para dormir e medo do dia sem comprimidos para despertar.
Medo da multidão, medo da solidão, medo do que foi e do que pode ser, medo de morrer, medo de viver..."
 Eduardo Galeano, El miedo global (tradução livre).

Lágrimas secas

Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

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