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sábado, 8 de junho de 2024

Barreiras invisíveis

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 Aquilo com que não conseguimos lidar são barreiras invisíveis ao nosso desenvolvimento pessoal. Quantas vezes sabemos qual o caminho mas não conseguimos chegar ao destino? Quantas vezes escrevemos no papel pela manhã uma lista de coisas a fazer, e quando chegamos ao fim do dia, não temos nada feito? Há quem lhe chame procrastinação. Pode ser, mas a procrastinação tem uma causa. A causa são todas as situações que estão direta ou indiretamente relacionadas com essa tarefa e com as quais não conseguimos lidar, quer seja por não sabermos ou por serem difíceis, desagradáveis ou nos invocarem memórias dolorosas. São barreiras difíceis de transpor, mas que na maioria das vezes não as vemos nem nos apercebemos da sua presença, são erguidas pelo nosso subconsciente. Mas conseguem limitar ou desviar as nossas ações que conscientemente desejamos empreender, com vista a qualquer objetivo conscientemente definido, que conscientemente entendemos ser um pilar para o nosso bem estar presente ou futuro.

Não estando cientes delas, como as identificar e derrubar? Para começar, há que entender que são bloqueios originados por um mecanismo do cérebro para nos proteger do mal estar. É que o nosso cérebro só tem um objetivo: o bem estar. Ele não entende o que conscientemente sabemos que por vezes para obter o bem estar é necessário passar por algum mal estar temporário. E é aí que o  consciente e o inconsciente travam uma luta, com o primeiro a erguer as tais barreiras. Inconscientemente o ser humano vai, desta forma, desviar todas as suas ações que comprometam esse objetivo único do cérebro.

Fazer o cérebro entender que as coisas não funcionam bem assim, que não é assim tão simples, é uma tarefa dantesca. Sabem quando estamos naquele jogo do labirinto, em que o que nos parece o caminho certo desemboca num beco sem saída? Temos que voltar para trás e encontrar outro caminho, mas sempre com os olhos postos no destino. É isso que temos que fazer com o nosso subconsciente. Temos que fazer o jogo dele. Ou seja, se aquele caminho  desemboca num beco sem saída - que quer dizer que o cérebro entende como promovendo o mal estar - temos que tomar outro caminho, mas desta vez fazendo o cérebro crer que está a dirigir-se para um bem estar a muito curto prazo. Pode passar por exemplo, com o estabelecimento de pequenas metas e recompensas a cada ultrapassagem.

Vamos a um exemplo pratico: Você sabe que arrumar a sua casa é indispensável para o seu bem estar. Mas tarefas como passar a ferro são entediantes, difíceis. Imediatamente o seu cérebro ergue uma barreira invisível entre você e a pilha de roupa por passar. Você encontra toda uma série de coisas para fazer exceto passar a ferro. Ou nem sequer se lembra que existe essa tarefa por fazer até que necessita de roupa para vestir. Tente então a seguinte estratégia para iludir o cérebro e alcançar o seu objetivo consciente: faça uma lista das peças a passar. Passe uma e risque-a da lista. O prazer em ter items riscados da lista é a sua recompensa. E no final, pode ter demorado mais tempo, mas a roupa está passada. Você transpôs essa barreira invisível que o seu cérebro criou!
 

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Âncoras

 

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Sim, os nossos pais são importantes, devemos respeitá-los, obedecer-lhes e cuidar deles na velhice, etc etc. Não só ouvimos estas palavras vezes sem conta, como as assimilamos. Elas fazem parte do nosso subconsciente, do nosso código de conduta original.

A maioria de vós nunca questionou a legitimidade destas afirmações, apenas as interiorizou como lei absoluta, sendo que a simples presunção de questioná-las induz a sentimentos de culpa com os quais não sabemos sequer lidar. A verdade é que desejamos ser amados, e tomamos como certo que os nossos pais nos amam incondicionalmente. Ou pelo menos é aquilo em que queremos a todo o custo acreditar, pois no nosso íntimo aquilo em que realmente acreditamos é que eles só nos amam se formos bons filhos. Então  nós queremos ser bons filhos para que eles nos amem, não podendo por isso ir contra aqueles princípios que aprendemos desde sempre. 

Quando crescemos, aprendemos a ser autónomos e independentes, mas nunca nos desvinculamos completamente dos laços que foram criados e fortalecidos desde que nascemos. Sentimos sempre que temos obrigações para com aqueles que nos deram a vida. Mesmo quando eles não foram assim tão bons pais... É difícil encarar aqueles seres como quaisquer outros que se cruzam nas nossas vidas, haverá sempre uma campainha a  tocar cada vez que assuma um pensamento relacionado com eles, como se fossem estivéssemos ligados eternamente. 

Foi a sociedade que nos ensinou e obriga a ser assim? Se olharmos para os outros animais, verificamos que mesmo as mães extremosas não distinguem os filhos dos outros da mesma raça, na idade adulta. Afinal foi ela quem criou todas as regras, como forma de coesão e sobrevivência. 

Será amor? Ou será dependência? Ou estamos dependentes desse amor? Gostava de saber o que pensam, aqueles que já pensaram sobre este assunto.

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Lágrimas secas

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 So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de exteriorizar o que sentimos por dentro. Mas não. Todos os pensamentos, todas as emoções, todas as dúvidas, todos os medos, estão fechados dentro de nós, invisíveis, demasiado imateriais, mas demasiado dolorosos. Dói mais quando não conseguimos verter lágrimas. Porque se não choram os olhos, chora a alma. 


sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Porque ajo de forma auto-destrutiva quando quero ter sucesso?

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Procuro perceber a toda a hora quais são os gatilhos que desencadeiam certas emoções que conduzem à destruição, como a vontade de gritar com as pessoas por tudo e por nada, de desistir de qualquer empreendimento que tenho em mãos, ou a simples inação pertante tarefas que certamente aumentariam a minha produtividade e bem estar. O que é que está por trás e os suas consequências, mas também o que faz com que o que essas consequências se manifestem é o que preciso urgentemente entender para travar este tipo de comportamentos destrutivos e começar um ciclo em que sou eu que controlo conscientemente as minhas acções. 
Às vezes penso que o problema está na minha incompetência em lidar com os resultados de certas acções positivas. Ou poderá ser que determinados gatilhos me façam reviver algo muito negativo que está recalcado no inconsciente e me causou um sofrimento muito muito grande. E perante essa emoção causada por esse reviver, a ansiedade, o desânimo, a impaciência, a raiva, o mau humor, etc.. tomam conta de mim como consequência. Então há aqui uma emoção desconhecida mas de singular importância (e gravidade): a amoção "reviver". Não sei se existe algum nome científico para ela, eu vou-lhe chamar assim.  
Será isto que me faz agir da forma que ajo? Será que ajo assim como forma de sabotar o meu próprio sucesso? Eu cheguei à conclusão que as duas coisas estão relacionadas. Mas estou a tentar perceber como. É como se aquele "reviver" inconscientemente me tirasse toda a vontade de ter sucesso, talvez porque é essa a emoção associada ao que "está por trás", trancada no inconsciente, e que o gatilho faz reviver. 
É importante perceber isto. É um passo gigante na conquista do auto-controlo e no combate à frustração. É imperativo perceber como este processo funciona quais os gatilhos. Tenho a certeza que quando o conseguir, será muito mais fácil controlar-me e conseguir fazer o que o meu consciente me diz para fazer, independentemente de conseguir ou não decifrar o que está recalcado no inconsciente e que me faz agir de forma negativa. Se calhar, até seu o que lá está. Mas se o diagnóstico é importante, não serve para nada sem um procedimento que leve à cura.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Sobre a Depressão Major, severa ou grave


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 "A depressão é uma perturbação psiquiátrica do humor que pode ser muito grave, causando sintomas que envolvem o  corpo, o humor, os pensamentos e os comportamentos. Afeta a forma como a pessoa se sente em relação a si própria, a forma como a pessoa pensa sobre as coisas e as pessoas que a rodeiam,  e a forma como lida com as atividades de vida diárias, como dormir, alimentar-se ou trabalhar." (...)
"A perturbação depressiva major representa a condição clássica neste tipo de perturbações. Manifesta-se por uma combinação variável de sintomas depressivos que, pela sua intensidade, interferem com a capacidade da pessoa trabalhar, estudar e divertir-se. Um episódio depressivo major pode ocorrer apenas uma vez mas, mais frequentemente, vários episódios sucedem-se ao longo da vida. Uma depressão major crónica pode levar a tratamentos mantidos por vários meses, anos ou até indefinidamente." (...)
"A escolha do tratamento vai depender do diagnóstico, gravidade dos sintomas e preferência do doente. Quanto mais cedo o tratamento puder começar, mais efetivo se torna. De uma forma geral, as depressões graves requerem uma combinação de medicamentos (antidepressivos) e psicoterapia. Só após algumas semanas é que é possível observar o completo efeito terapêutico dos antidepressivos. Depois da pessoa começar a sentir-se melhor é necessário manter o tratamento por vários meses e, nalguns casos, indefinidamente, para prevenir uma recorrência da doença." (...)
Uma excelente explicação sobre a depressão major. 
A publicação acima é um copy-paste de alguns paragrafos do site, onde pode encontrar mais informações, como por exemplo uma lista dos sintomas: https://www.bial.com/pt/areas-terapeuticas/depressao/

domingo, 19 de julho de 2020

Pessoas deprimidas sugam energia como um buraco negro

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É muito difícil sofrer de depressão. Quem passa por isso sabe bem. Aquela sensação de mal estar, de se sentir o pior do mundo e de ninguém nos entender. Ninguém nos entender.... esta questão tem que ser analisada mais ao pormenor. 
Lidar com uma pessoa com depressão é simplesmente esgotante. É como se essa pessoa fosse uma espécie de buraco negro, sugando tudo à sua volta. Cada um anda a fazer o que pode para manter os níveis de felicidade, energia, auto-estima, entre outras coisas positivas de forma a se sentir bem. E trata-se de uma luta constante, diária, para cada pessoa, mesmo que seja super-saudável. Esta luta é individual, ou seja, os resultados que se conseguem dão apenas para uma única pessoa. 
Por outro lado o indivíduo deprimido tem um défice muito grande delas. Sem estar preenchido, funciona como um iman, tentando atrair o que está à sua volta. E o que faz? Vai buscar aos que o rodeiam, principalmente aos que mais gostam dele. Estes ficam com níveis mais baixos, mas por sua vez o deprimido não fica com níveis mais altos, pois o consumo faz-se a níveis diferentes do normal. 
As consequências é que os familiares, amigos, colegas, etc, se sintam mal, esgotados. E isso é justamente o que uma pessoa minimamente saudável a nível emocional e psíquico tende a evitar. Por isso tendem a afastar-se, a ignorar, a não entender. É  o instinto de sobrevivência a funcionar.
Se estiver deprimido não julgue quem não o entende. Procure entender antes o impacto que a sua situação  tem nos outros.

sábado, 2 de maio de 2020

Como o inconsciente encara a Pandemia?

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Neste contexto inédito para a maioria de nós, é imperioso o auto-controlo, a todos os níveis, começando pelo emocional, pois com este descontrolado tudo o mais descamba. Muito se tem falado de que ter ansiedade, sentir-se inseguro, é normal. Mas para aqueles que viviam antes estes problemas, para os quais os mesmos começaram muito antes de o novo coronavirús ser um problema, certamente os níveis do "normal" não se adequam.
Primeiro, há que perceber de onde vem a ansiedade e insegurança que os afligia. Existe algo que as desencadeia e, uma vez que vive no subconsciente, provavelmente em contradição com o consciente, não se conseguem controlar. A adição de um novo problema pode não ser prejudicial. Pode ser encarado com o um desafio, pode ser visto como uma "esperança" para curar os problemas anteriores.
Quem sofre anseia por um mágico, um milagre, que os retire desse sofrimento. E esta pandemia, este isolamento forçado, pode ser esse mágico! Vai haver uma mudança de certeza. Pode ser a nível profissional, familiar, financeiro, de saúde, mas vai haver. O desejo de mudança está prestes a ser cumprido.
Vou dar um exemplo concreto: Se o que está a causar ansiedade é o autoritarismo vivido em criança no ambiente familiar, atualmente poderá ser desencadeada pelo ambiente profissional, em que o patrão representa o pai. Mas como o salário é bom e até se gosta da profissão, o consciente não ve o patrão como causa de mal algum. E não é, é a associação que o inconciente faz relativamente a situações não resolvidas do passado.
Mas como pode a pandemia potencialmente curar este sofrimento? Uma das mudanças imediatas que introduz poderá ser o isolamento forçado e consequente afastamento do local de trabalho e do patrão. A longo prazo, poderá significar perda do emprego. Será um alívio a curto prazo. Quanto a perda do emprego, que implicaria passar necessidades, quando comparados com o sofrimento actual, poderá apenas resumir-se numa palavra: liberdade. Qualquer coisa que liberte esta pessoa daquilo que a faz sofrer atualmente será bem vindo. Quanto ao sofrimento futuro, além de incerto, é algo para se preocupar na devida altura. Aliviado deste, certamente se encontrará em melhores condições de lidar com o futuro. Este exemplo aplica-se a uma imensidão de casos.
Tudo é muito mais complexo, cada pessoa é um mundo e este tema daria para uma tese de doutoramento.
O importante neste post é que qualquer coisa que consigamos compreender é um passo para nos libertarmos do sofrimento e que n
em sempre o mal que nos atinge tem efeitos nefastos para a nossa felicidade.

Barreiras invisíveis

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