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quarta-feira, 22 de maio de 2024

Âncoras

 

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Sim, os nossos pais são importantes, devemos respeitá-los, obedecer-lhes e cuidar deles na velhice, etc etc. Não só ouvimos estas palavras vezes sem conta, como as assimilamos. Elas fazem parte do nosso subconsciente, do nosso código de conduta original.

A maioria de vós nunca questionou a legitimidade destas afirmações, apenas as interiorizou como lei absoluta, sendo que a simples presunção de questioná-las induz a sentimentos de culpa com os quais não sabemos sequer lidar. A verdade é que desejamos ser amados, e tomamos como certo que os nossos pais nos amam incondicionalmente. Ou pelo menos é aquilo em que queremos a todo o custo acreditar, pois no nosso íntimo aquilo em que realmente acreditamos é que eles só nos amam se formos bons filhos. Então  nós queremos ser bons filhos para que eles nos amem, não podendo por isso ir contra aqueles princípios que aprendemos desde sempre. 

Quando crescemos, aprendemos a ser autónomos e independentes, mas nunca nos desvinculamos completamente dos laços que foram criados e fortalecidos desde que nascemos. Sentimos sempre que temos obrigações para com aqueles que nos deram a vida. Mesmo quando eles não foram assim tão bons pais... É difícil encarar aqueles seres como quaisquer outros que se cruzam nas nossas vidas, haverá sempre uma campainha a  tocar cada vez que assuma um pensamento relacionado com eles, como se fossem estivéssemos ligados eternamente. 

Foi a sociedade que nos ensinou e obriga a ser assim? Se olharmos para os outros animais, verificamos que mesmo as mães extremosas não distinguem os filhos dos outros da mesma raça, na idade adulta. Afinal foi ela quem criou todas as regras, como forma de coesão e sobrevivência. 

Será amor? Ou será dependência? Ou estamos dependentes desse amor? Gostava de saber o que pensam, aqueles que já pensaram sobre este assunto.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O peso da esperança

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A esperança pesa. Custa a carregar. Porque se é esperança não é realidade ainda, é apenas a fé na realização de um desejo. Isso quer dizer que o presente não é perfeito, que a situação que se quer que mude está a causar algum tipo de sofrimento. E enquanto a esperança nessa mudança persistir, nada será alterado, caso contrário não seria esperança mas sim realidade.
É confuso, não é? Eu explico com uma situação concreta.
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Uma mulher vive momentos difíceis no seu casamento. O seu marido está constantemente a magoá-la. Ela vê o futuro muito incerto na relação. Como está, dói. Mas ela espera que a situação mude. Não conscientemente, porque o cérebro já percebeu que isso não vai acontecer. O cérebro sim, mas o coração não. Esse não consegue parar de acreditar que um dia tudo será como o seu desejo. Então tenta. TENTA. Esta é a palavra que pesa. Pesa porque implica sacrifício. Pesa porque é em vão. Pesa porque é trabalho a dobrar, dá muito trabalho o coração fazer o cérebro acreditar que a fé que tem, tem algum fundamento. Trava uma batalha contínua para que isso aconteça, consome toda a energia. Não resta mais para aquilo que é mais importante: ser feliz. Adia-se a felicidade por acreditar que a mesma só será possível quando tudo estiver bem na relação.
No dia que o coração, exausto, desistir da luta, será possível então canalizar a energia gasta para viver de verdade. Ninguém vive de verdade carregando o peso de uma relação, sabendo que a mesma só existe porque um deles está a tentar. Então e o outro? É como carregar um pedregulho. Conseguiria correr com um pedregulho atado ao tornozelo? Nem andar, não é mesmo?
Esperança é fé. Fé que não tem fundamento é ilusão. Ilusão é o engano dos sentidos e da mente.
Vale a pena pensar nisto.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Amigos Eternos e Efémeros


Hoje estive na festa de aniversário de um amigo recente onde me encontrei com alguns outros que conheci na mesma data e outras tantas pessoas que não conhecia.

Às tantas, dei comigo a conversar com uma desconhecida que era amiga do anfitrião à quase cinquenta anos. Apontou algumas outras pessoas presentes que estavam na mesma situação dela. Meio século! É uma vida. Lembrei-me dos meus amigos de infância e dos poucos que ainda mantenho. Lembrei-me também dos recentes e de todos aqueles que encontrei ao longo da vida e com os quais já não mantenho contacto. Fez-me pensar no que é que nos leva a manter alguns amigos durante toda a vida, enquanto nos afastamos de outros ou eles de nós.

Não é a distância geográfica, o nível de formação, a profissão que se exerce ou a situação familiar de cada um que define se uma relação de amizade se vai ou não prolongar. Existem amizades duradouras entre pessoas tão diferentes ou mesmo que moram em países distantes enquanto pessoas que vivem quase juntas e têm uma situação de vida muito semelhante não conseguem ser amigas durante muito tempo. Existem até pessoas que quando se conhecem parecem ter tanto em comum, que quase juram que a sua amizade será eterna e no entanto passados poucos anos deixam de se contactar. Não existe nenhum padrão, nenhuma referência que nos ajude a determinar a durabilidade das relações de amizade. O facto é que, a menos que vivamos sempre no mesmo lugar e estejamos em contacto apenas com o mesmo grupo de pessoas, todos nós passamos a vida a fazer amigos, dos quais apenas alguns mantemos.

A definição de amigo varia consoante a personalidade, a cultura, a maturidade e a experiência de cada um. Algumas pessoas vêm um amigo como um prolongamento de si próprio, enquanto outros como um apêndice, outros ainda como um complemento; talvez o que faça falhar algumas relações será a não aceitação pelo outro do papel que descobriu que desempenha perante o amigo. Uma relação para durar, qualquer que ela seja, exige a aceitação da mesma condição pelo outro, é claro que isto também se aplica à amizade. Não é provável que eu seja amigo de alguém que me vê como um prolongamento de si próprio, quando eu apenas o vejo como um apêndice ou complemento. A diferença de visões ou conceitos da amizade pode estar na origem do afastamento das pessoas.

A imaturidade pode também determinar a falência das relações: ser amigo é aceitar as diferenças, saber ouvir, perdoar, estar presente, dar liberdade, ensinar, partilhar. Não podemos pretender que o nosso amigo seja igual a nós, pense como nós ou tenha a mesma opinião. Ele tem o direito de ser diferente, tal como nós. O importante é que apesar disso esteja do nosso lado para nos apoiar, mesmo que pense de forma contrária à nossa, nos ajude a levantar quando, persistindo nos nossos erros, caímos. Temos que ter capacidade de perdoar pois todos nós erramos e temos o direito a uma segunda oportunidade. É importante também que ninguém se sinta aprisionado. Quando sentimos que alguém nos está a prender o nosso instinto é o de procurar liberdade. Por outro lado, transmitir os nossos conhecimentos e partilhar os nossos recursos de forma a ajudar o outro a ultrapassar os seus próprios obstáculos contribui para o seu crescimento e como tal intensifica a amizade. Tudo isto tem a ver com a maturidade do próprio indivíduo, que quanto maior é, mais salutares são as relações que estabelece. A relação pode não durar se um dos intervenientes trair os pressupostos que enunciei no início deste parágrafo.

Aquela máxima de "A friend in need is a friend indeed (um amigo necessitado é um amigo de verdade)" parece apenas referir-se a amigos por interesse. Um amigo de verdade é aquele que o é mesmo que o não possamos ajudar em nada, que o continuará a ser quando já não precise. Porém assiste-se muito a "amigos de ocasião", ou seja, determinadas pessoas que apenas são amigas enquanto se mantém determinada circunstância. Será que podemos chamar a essas pessoas amigas? Será que os amigos que o deixam de ser um dias são todos "amigos de ocasião"? Nem sempre. Muitas vezes a vida torna-nos tão diferentes que os nossos universos se tornam impossíveis de cruzar. O importante é que enquanto são amigos aproveitem ao máximo esse previlégio. Porque a amizade é uma das coisas mais importantes de que algum dia podemos usufruir. Se não se prolongar por algum motivo, que se prolongue ao menos na nossa memória. E vivam as amizades eternas, porque ambos os amigos descobriram o verdadeiro sentido da palavra "amizade".

Ninguém pode com um deprimido!

Ver fonte da imagem Quando alguém está de bem com a vida, sem problemas do foro mental, tudo à sua volta corre bem. Mesmo que não corra, os ...

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