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sábado, 1 de fevereiro de 2025

Qual é o seu verdadeiro "eu" ?

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 Num mundo tão recheado de informação e estímulos  grátis, onde está o nosso "eu"? Somos um acumulado de influências que nos gritam e assediam como nunca. A sociedade impinge-nos regras em função de um ideal construído com base numa pretensa simplificação da vida e numa organização social controladora das liberdades pessoais. Não temos libre arbítrio para agir nem sequer para pensar ou sentir. Já acreditamos que a vida está bem melhor que antes, não conseguimos viver fora deste universo que conhecemos. Mas na verdade, a essência da pessoa enquanto indivíduo diluiu-se nesta busca por um ideal de vida patrocinado por um lado pelas empresas que querem ver crescer os seus lucros e por outro pela sociedade manipulada por uma falsa sensação de liberdade. 

Existe de facto liberdade e livre arbítrio individual? Sim, dentro das grades da nossa prisão. Já deixamos de ver as grades por estarmos tão habituados a elas, por termos medo de viver no ambiente desconhecido fora delas e por as considerarmos que contribuem para o nosso bem-estar. 

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O dia a dia de um europeu comum começa com informação (televisão, telemóveis, computadores, etc), trabalho (emprego que apenas é necessário para dar dinheiro aos agentes económicos e receber dinheiro para gastar nesses mesmos agentes económicos), escola (ensino homogeneizado em função desse ideal, moldador de seres para caberem nos recipientes sociais em vigor). Durante o dia são bombardeados por todo o tipo de publicidade e regressam a casa para mais uma sessão de informação e por fim descansar.


O irónico de tudo isto é que essas pessoas se consideram livres. Livres onde, como? Apenas acreditam no que são livres, pois o contrário é doloroso pois rompe com a aceitação social e legal. Se é realmente livre, porque não constrói a sua casa conforme lhe apetece, não anda nu nos dias de calor insuportável, não renuncia ao uso de telemóvel, abastece-se de bens sem pagar e aprende apenas o que quer? Não é possível pois não? Mas o que mais me preocupa é a perda da noção de quem somos realmente. Já não ouvimos a nossa voz interior, aquela que nos comanda para sermos nós próprios. Impossível ouvir essa voz no meio de tanto barulho. O que achamos que somos nem sempre corresponde ao que verdadeiramente somos, e esta discrepância gera sentimentos que não conseguimos identificar e trabalhar. Então caímos num quadro de depressão, frustração, desespero, ansiedade e de fuga (vou falar desta fuga num outro post). Vamos ao médico e tomamos anti-depressivos e ansiolíticos. 

E assim fica tudo bem. Sim, estamos todos bem e somos livres como passarinhos....

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A superficialidade da vida quotidiana


Nunca a nossa vida se baseou tanto no princípio “Chiclet”. Assente no consumismo, toda a estrutura social está, como é óbvio, regulada pelo dinheiro. Por muito que os valores da família, amizade, liberdade, estejam no top das sondagens, a verdade é que os trocamos cada vez mais por dinheiro. Precisamos de tão pouco para viver. Contudo, temos uma casa com vários quartos, recheada de móveis e bibelots que nem sequer usamos, peças de roupa que não conseguimos rodar numa estação, etc. A posse tornou-se o mais estimado de todos os valores.

Aquilo que a maioria das pessoas não sabe e as restantes sabem mas não querem saber, é que a propriedade. Tudo aquilo que possuímos exige cuidado e dedicação, protecção, aos quais dedicamos a maioria do nosso tempo. Resta pouco para os amigos, para a família, enfim, para cultivar outros valores. Trata-se de uma prisão sem grades, onde somos simultaneamente presos e carcereiros. Adaptamo-nos a um estilo de vida superficial, virado para as aparências e iludimo-nos com elas; somos o que esperam que sejamos e não nós próprios; alimentamo-nos mais da imagem do que de comida; ajudamos a construir um mundo cada vez mais complexo, convencidos que isso nos facilita a vida. Mas não é bem assim. Estamos a erguer grades, a construir a nossa infelicidade. A nossa liberdade começa quando tomamos consciência que somos capazes de prescindir de tudo o que temos para abraçar outra vida, mais simples e menos dependente. Quando não sentirmos mais a necessidade de “ter”, “possuir”, encontramos verdadeiramente a felicidade. Que bom é poder partir, poder experimentar sensações, poder ser nós próprios! Mas para isso é preciso renunciar a tudo o que nos prende.


Um dia um velho estava numa cela, preso por vagabundagem. Frente a ele, um homem jovem lamentava-se pela falta de liberdade. O velho respondeu com um ar sereno e feliz:


- Quando um homem é verdadeiramente livre, não importa o lugar onde esteja: ele sentir-se-à sempre livre…

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Amor e Amor-Próprio

"Só há um tipo de amor que supera tudo: o amor-próprio". Esta frase é repleta de significado. Mais do que dizer que a auto-estima é fundamental para que possamos ultrapassar os obstáculos que se nos deparam ao longo das nossas vidas, também nos elucida sobre o verdadeiro sentido do amor. O amor-próprio é o único que é verdadeiramente forte, independente e auto-suficiente, como uma construção de bases sólidas que facilmente suporta as intempéries e continua de pé, passível de ser aumentada e albergar hospedes nas suas divisões. Mais que um amor egoísta e egocêntrico, o amor-próprio é como uma chama que ao arder aquece também aqueles que estão próximos. É impossível pois, aquecer (amar) os outros, se a chama não estiver fortemente acesa em nós próprios (se não nos amarmos a nós próprios).
A sociedade em que vivemos incute-nos a ideia do amor omo algo que apenas faz sentido quando vivido a dois. Desde a literatura ao cinema até aos nossos pais e amigos e ao vizinho do lado, sempre nos foi passada a mensagem de que a felicidade passava pelo encontro da alma-gêmea, o ser que nos completa, porque somos uma metade procurando a outra metade: o amor assentava numa procura permanente seguida de consequente insatisfação e frustração, pois não se pode fazer depender de ninguém nem de nada a nossa felicidade, mas apenas de nós mesmos. A palavra dependência só por si gera infelicidade. Baseado neste conceito de amor com que convivemos durante toda a nossa vida, a moioria de nós nunca o buscou no lugar mais óbvio e apropriado: dentro de si mesmo.
Quando nos amamos a nós próprios encontramos verdadeiramente a liberdade, porque estamos livres da dependência. Não procuramos porque já encontramos, já não sentimos nenhum vazio dentro de nós o qual ansiamos por preencher. A vida torna-se assim menos pesada, pois há um fardo enorme que deixamos de suportar. Não devemos querer carregar outrém com a responsabilidade de perfazer a nossa unidade (que julgamos ficar completa apenas com duas metades, duas pessoas). Não temos sequer esse direito.
Quando enfim livres encontramos alguém a quem amar, amamo-lo de forma diferente, de forma plena, porque não temos nada para lhe exigir, mas somente algo para lhe dar. Não esperamos que nos preencha, que nos complete, mas apenas desfrutamos do prazer desse amor. Desta forma o que recebemos também nos parece mais, porque não está a ser pedido, e na medida em que nos sentimos bem com nós próprios também estamos em condições de dar mais. As relações assentam em bases mais saudáveis e sólidas.
Pedir ao outro que nos ame em substituição de nós próprios é transferir responsabilidades. Geralmente fazemo-lo inconscientemente, sem sequer perguntar, sem obter aprovação do outro lado. Trata-se claramente de uma injustiça, mas claro que estas não chegam às barras dos tribunais. Contudo sabemos que aquilo que não é equilibrado tende para o equilíbrio e as construções que não assentam em bases sólidas facilmente se desmoronam.
Actualmente a sociedade está a mudar um pouco a sua visão do conceito de amor. Mas a avaliar por aquilo que vemos à nossa volta, ainda nem sequer estamos preparados para nos aceitarmos como somos. Somos bombardeados com falsos exemplos de felicidade, baseados em padrões impossíveis de alcançar pela maioria dos mortais, assentes no consumismo e no materialismo, somos impelidos a esquecer os valores mais intrínsecos da vida humana. Não nos amamos porque amamos o ideal que queremos atingir, quando o importante é o presente e o que realmente somos, quer corresponda ou não a esse ideal; procuramos o amor no outro porque acreditamos que somos metades à procura da outra metade que completa um todo quando na verdade somos um ser inteiro por definição. E assim vamos perdendo o nosso tempo e gastando a nossa energia sem nunca encontrar a verdadeira felicidade...

Ninguém pode com um deprimido!

Ver fonte da imagem Quando alguém está de bem com a vida, sem problemas do foro mental, tudo à sua volta corre bem. Mesmo que não corra, os ...

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