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terça-feira, 10 de agosto de 2021

Lágrimas secas

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 So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de exteriorizar o que sentimos por dentro. Mas não. Todos os pensamentos, todas as emoções, todas as dúvidas, todos os medos, estão fechados dentro de nós, invisíveis, demasiado imateriais, mas demasiado dolorosos. Dói mais quando não conseguimos verter lágrimas. Porque se não choram os olhos, chora a alma. 


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Raiva

Para a maioria das pessoas o dia tem 24 horas; para mim tem 1440 minutos. Por que raio tenho que me sentir tão mal? Chega uma altura em que o que sinto é raiva. Raiva, porque a fase da auto-piedade já passou. Essa fase é dura, mas tem um certo romantismo. A raiva chega quando ele desaparece, quando se desce à terra, ao presente e nos confrontamos com a nudez e frieza dos factos; antecede uma organização qualquer, é uma fase de transição. Porém, não significa que esta "organização" seja sinónimo de harmonia. Nesta fase a paciência é coisa que não tem lugar, atribuímos as culpas a tudo o que nos rodeia, principalmente àqueles que nada fizeram para evitar que chegássemos a este ponto. 
Estou sozinha, mas disso eu sempre soube. O que dói aqui é assumir essa solidão, perceber que só posso contar comigo e nada mais. Por vezes a esperança não passa de uma tortura e chega de ser masoquista. Acreditar é um verbo que só a esperança sabe conjugar, não a razão. 
Hoje, no final de um dia de trabalho insuportável, onde a profissão "escrava" mais se enquadraria, eu só pedia: por favor, alguém me dê uma boa notícia!... Preciso de algo bom onde adormecer o pensamento e enfim ter um pouco de descanso.Mas não. Só uma fila interminável de trânsito por causa de obras de emergência que não foram feitas na devida altura, contornando caixotes do lixo a transbordar por causa das contenções nas despesas camarárias... a somar a isto tudo, a não resposta de todos os emails de pedido de ajuda que enviei nas duas semanas anteriores e o egoísmo da sociedade em que cada um apenas cuida do seu quintal - ou nem isso. Por todo o lado só vejo muros, erguidos sob pretextos como a falta de tempo ou dinheiro. Existe uma irritante padronização dos valores, uma incontornável regulação das vidas e uma estúpida e incontestada aderência das pessoas; vejo todos acorrentados a leis, a futilidades, à manipulação e poder dos líderes e os pés ao próprio nariz. Possível estar feliz? Só quem diz amém ao sistema, quem desvia as suas atenções para causas onde não seja requisito raciocinar. Os outros, sentem raiva.
Mas a minha é mais íntima, empolgada claro por todo o cenário que me rodeia. Não quero mais ser uma cobaia voluntária e pagante nas mãos de médicos, não posso sequer ser cobaia de mim própria, pois no dia seguinte tenho que conseguir levantar-me e ir trabalhar e fingir que está tudo bem, pois estar bem é uma condição exigida para manter o emprego. Que raio fazer? Continuar a sentir tonturas, náuseas, depressão? Pois, que remédio! As opções que se me oferecem não são muitas...
Só posso encontrar escape na raiva, esta raiva que é uma fase transitória, porém construtora de um caminho que não sei onde irá dar e, muito sinceramente tenho medo de saber.

Lágrimas secas

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