Esta noite foi terrível. Tomei a outra metade e adormeci, mas por muito pouco tempo, não consegui dormir mais. O meu corpo estava inquieto, a minha pulsação acima de 100bpm, dei voltas e voltas e não descansei nada. De manhã sentia-me na mesma. Resolvi não tomar nada, a não ser a benzodiazepina. Durante todo o dia a minha pulsação não diminuiu, embora começasse a sentir-me mais calma.
à tarde resolvi que tinha que tentar continuar com a medicação. Optei por tomar um terço apenas a ver como corre esta noite...
Viver, sobreviver, dar continuidade ao hoje e já agora que cá estamos... aprender um pouco mais...
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Abilify (Aripiprazole) - Início do tratamento
Comecei hoje este novo medicamento, o Abilify (substância activa Aripiprazole). Perante a ineficácia dos ansíolíticos mais comuns, a terapeuta receitou-e este, anunciando-o como algo novo e muito bom, dada a quase ausência de efeitos secundários e a adequação ao meu caso concreto.
O primeiro contacto com ele foi na farmácia, onde reparei que o preço, sem comparticipação, andava perto dos 90 euros... Hoje tomei apenas 5mg (metade) e pretendo tomar a outra metade ao jantar. Não sinto efeitos nenhuns, mas também sei que é uma quantidade pequena. Tenciono ir postando aqui como me vou sentindo...
O primeiro contacto com ele foi na farmácia, onde reparei que o preço, sem comparticipação, andava perto dos 90 euros... Hoje tomei apenas 5mg (metade) e pretendo tomar a outra metade ao jantar. Não sinto efeitos nenhuns, mas também sei que é uma quantidade pequena. Tenciono ir postando aqui como me vou sentindo...
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Carregando o seu cavalo?
A peça mais conhecida de Gil Vicente é sem dúvida o Auto da Barca do Inferno, mas sempre que penso neste autor, vem-me sempre à memória, em primeiro lugar, o Auto de Inês Pereira. Apesar de ter sido escrita no século XVI, aquilo que pretende ilustrar continua a ser sempre actual.
Voltemos ao século XXI para vermos a Inês Pereira que habita em cada um de nós. Naturalmente a ambição leva-nos a progredir ao nível do bem-estar pessoal. Porém, a forma como corremos atrás dela, pode-nos levar não ao objectivo pretendido, mas sim ao seu oposto. Quantas vezes optamos por soluções erradas no intuito de atingir os objectivos a que nos propomos? Às vezes, e se o fazemos de boa fé, o futuro revela-se diferente e afasta-nos deles, outras porém, e podemos pôr a mão na nossa própria consciência, sabemos que o caminho que estamos a seguir não é o melhor, o mais ético, o mais legal, etc., sabemos que os riscos são elevados e pomos por vezes a vida em jogo em prol de uma causa sem garantias de sucesso. Quando corre mal, lançamos as culpas ao destino ou à má sorte, esquecendo-nos que tudo o que temos ou somos em determinado momento, decorre de decisões tomadas por nós mesmos. Mas, mesmo quando não nos corre mal, por vezes somos tramados pela nossa essência: ambicionamos ser um atleta olímpico, quando não temos capacidades físicas para tal, ser ricos quando não sabemos administrar o dinheiro, ter um casamento feliz quando o que queremos é ser felizes sozinhos...
Quanto ao caminho que escolhemos, temos ou não capacidade para o seguir, percorrê-lo leva-nos ao destino pretendido, queremos realmente suportar o esforço sabendo que existem outros caminhos, mais fáceis, nos levariam a um destino diferente, o qual afastamos de início por nos parecer inferior, menos nobre, inadequado para nós? Não queiramos ser aquele corredor de maratona que, após todo o esforço que despendeu para se colocar à frente dos seus concorrentes, ao cortar a meta cai esgotado e nem sequer consegue pegar na medalha...
Inês Pereira casou com um nobre, desprezando o filho do lavrador, achando que o que realmente a faria feliz seria ter um marido culto, bonito, astuto; porém, a vida mostra-lhe que esta não foi a sua melhor escolha, pois foi trancada em casa, vigiada e impedida de sair à rua. Numa segunda tentativa de refazer a sua vida, após a morte do primeiro marido, ela escolhe o filho do lavrador. Apesar de não corresponder às suas expectativas de se casar com "príncipe", a sua vida passou a ser melhor que a que tinha anteriormente, pois ganhou a liberdade de fazer o que bem lhe apetecesse e o marido ainda a ajudava nesse propósito (embora sem ter consciência do que estava a fazer).
O moral desta história é "Mais vale burro que me carregue, que cavalo que me derrube!", algo que tantas vezes esquecemos quando fazemos as nossas escolhas, e que por vezes só nos damos conta depois de termos desperdiçado tanto tempo das nossas vidas.
Voltemos ao século XXI para vermos a Inês Pereira que habita em cada um de nós. Naturalmente a ambição leva-nos a progredir ao nível do bem-estar pessoal. Porém, a forma como corremos atrás dela, pode-nos levar não ao objectivo pretendido, mas sim ao seu oposto. Quantas vezes optamos por soluções erradas no intuito de atingir os objectivos a que nos propomos? Às vezes, e se o fazemos de boa fé, o futuro revela-se diferente e afasta-nos deles, outras porém, e podemos pôr a mão na nossa própria consciência, sabemos que o caminho que estamos a seguir não é o melhor, o mais ético, o mais legal, etc., sabemos que os riscos são elevados e pomos por vezes a vida em jogo em prol de uma causa sem garantias de sucesso. Quando corre mal, lançamos as culpas ao destino ou à má sorte, esquecendo-nos que tudo o que temos ou somos em determinado momento, decorre de decisões tomadas por nós mesmos. Mas, mesmo quando não nos corre mal, por vezes somos tramados pela nossa essência: ambicionamos ser um atleta olímpico, quando não temos capacidades físicas para tal, ser ricos quando não sabemos administrar o dinheiro, ter um casamento feliz quando o que queremos é ser felizes sozinhos...
Quanto ao caminho que escolhemos, temos ou não capacidade para o seguir, percorrê-lo leva-nos ao destino pretendido, queremos realmente suportar o esforço sabendo que existem outros caminhos, mais fáceis, nos levariam a um destino diferente, o qual afastamos de início por nos parecer inferior, menos nobre, inadequado para nós? Não queiramos ser aquele corredor de maratona que, após todo o esforço que despendeu para se colocar à frente dos seus concorrentes, ao cortar a meta cai esgotado e nem sequer consegue pegar na medalha...
Inês Pereira casou com um nobre, desprezando o filho do lavrador, achando que o que realmente a faria feliz seria ter um marido culto, bonito, astuto; porém, a vida mostra-lhe que esta não foi a sua melhor escolha, pois foi trancada em casa, vigiada e impedida de sair à rua. Numa segunda tentativa de refazer a sua vida, após a morte do primeiro marido, ela escolhe o filho do lavrador. Apesar de não corresponder às suas expectativas de se casar com "príncipe", a sua vida passou a ser melhor que a que tinha anteriormente, pois ganhou a liberdade de fazer o que bem lhe apetecesse e o marido ainda a ajudava nesse propósito (embora sem ter consciência do que estava a fazer).
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