É do senso comum que o stress e a depressão afectam o sistema que garante o bom funcionamento mental. Um estudo americano (fonte: Daily Mail) veio concluir que a depressão grave e o stress crónico bloqueiam a formação de novas conexões nervosas. Estas conexões não são estáticas, formam-se e extinguem-se consoante a "necessidade" do seu uso. Segundo este estudo, em indivíduos deprimidos alguns dos genes envolvidos na construção das sinapses (pontos de conexão entre células cerebrais) apresentam-se suprimidos, condicionando a capacidade de concentração e memória, bem como o comportamento emocional. A supressão destes genes levaria a uma retracção do córtex pré-frontal, bloqueando a formação de novas conexões sinápticas entre os neurónios. O "suspeito" é uma proteína que se liga ao ADN denominada GATA1, uma espécie de interruptor genético. A activação desta proteína levaria à interrupção dos circuitos envolvidos na cognição (Ronald Duman in Natural Medicine), ao reprimir a expressão de alguns genes necessários para tal processo. Estudos em animais mostraram que a sua activação induziria a depressão. Para já a aposta está em assegurar e reforçar as conexões entre as células cerebrais.
Pode ser esta proteína a responsável, mas não podemos esquecer os efeitos da neuroplasticidade, ou seja, a capacidade das conexões neuronais se alterarem durante a vida. Esta plasticidade manifesta-se de três formas: morfológica ou anatómica, funcional (alterações de fisiologia neuronal) e comportamental (aprendizagem e memória).
Para melhor exemplificar a neuroplasticidade, imaginemos uma árvore. Do seu tronco nascem ramos, desses ramos outros ramos e assim por diante; se uns ramos se partirem, outros poderão nascer em seu lugar e normalmente crescem mais ramos onde as condições ambientais são mais favoráveis. Tal como uma árvore, o sistema nervoso regenera-se e desenvolve-se onde houver mais oferta de alimento, ou seja, onde houver mais actividade. Por esta lógica, uma pessoa com um estilo de vida feliz e bem disposta, desenvolverá sinapses em áreas do cérebro ligadas a essas emoções, enquanto pessoas depressivas e tristes as desenvolverão em áreas do cérebro a elas ligadas. Também é caso para dizer que a persistência em determinados estados emocionais leva a que as áreas do cérebro a eles ligadas se desenvolvam mais em detrimento de outras, criando assim um efeito "bola de neve", que só pode ser revertido na ocorrência e persistência de outros estados emocionais, de forma a contrabalançar o desenvolvimento de sinapses. No cérebro, como na vida, o que não é utilizado tende a desaparecer ou enfraquecer.
Viver, sobreviver, dar continuidade ao hoje e já agora que cá estamos... aprender um pouco mais...
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
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Ninguém pode com um deprimido!
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