Esta semana tem sido muito difícil. Estou a deixar vários dias entre cada toma e já me apercebi que são dias a mais. O Elontril parece não estar a contrabalançar a falta do Cymbalta. Tenho tido náusias, mal estar, tonturas e uma sensação constante de fraqueza, como se estivesse prestes a desmaiar de fome. Claro que fome não é de certeza, como como habitualmente.
O pior tem sido ter que trabalhar neste estado e fingir que está tudo bem. Para os colegas mais perspicazes, "devo ter comido qualquer coisa estragada!". Nestas alturas todas as pessoas me parecem feitas de gelo, não que ache que deviam ter pena de mim, nem pensar, mas porque penso "por que raio se hão-de importar comigo? Sou apenas uma em sete mil milhões!". Quando relativizo assim compreendo que não sou o centro do universo. O meu mundo interior é só meu, está limitado pela pele do meu corpo; então e que tal limitar também o meu comportamento em conformidade?
Vivemos numa sociedade de aparências, onde se valoriza a saúde física, mental e emocional. São estas as características-modelo que ambicionamos possuir, logo, quando não estamos bem fazemos os possíveis para não o deixar transparecer. Aprendemos a representar e com o tempo tornamos-nos excelentes actores.
Tenho consciência de que sou uma péssima actriz, talvez porque durante demasiado tempo julguei que o correcto seria demonstrarmos abertamente o que sentíamos. Percebi mais tarde que quanto mais o fazia mais cultivava a auto-piedade e mais me expunha perante terceiros que, verdade seja dita, se estavam a lixar para as "pieguices" dos colegas de trabalho.
Assim, em dias como estes últimos, levanto a cabeça, caminho em frente, forço um sorriso que os músculos dos olhos não conseguem acompanhar e finjo que está tudo bem, até para mim mesma.
Mas não está. A cada passo que dou parece que vou cair, mexer os olhos provoca-me náuseas e falar e sorrir parece tirado a ferros. Malditos medicamentos, que até para me livrar deles tenho que sofrer...
Viver, sobreviver, dar continuidade ao hoje e já agora que cá estamos... aprender um pouco mais...
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6 comentários:
Minha Linda
espero que esteja deixando os medicamentos com apoio de seu médico não deve deixar de repente, isso vai desiquilibrá-la por completo.
eu tomo paroxetina, há já alguns anos, e sei se a deixar, volto a ser a zombie agoniada e descontrolada que era.
quanto aos outros, aqueles que nos querem ou sentem afinidade connosco sentem o que sentimos, e se achegam. se essas tais pessoas não o sentem, deixo-os estar, não se auto-negue, estão apenas tão envolvidos nos seus problemas que não têm capacidade de se sensibilizar.
e se fica-se em casa, no seu cantinho, um ou dois dias?
desejo-lhe tudo de bom, e acompanharei aqui seu desenvolvimento.
excelente fim de semana é o que mais lhe desejo
beijo na alma
Boa noite, espero muito sinceramente que esteja au sentir-se melhor, também a mim foi me receitado o elontril 150mg queria-lhe perguntar se sentiu alguma melhora com eles ou se sentiu algum dos efeitos secundários? Agradeço se me puder dar alguma informação,estou um pouco receosa... Bjs e as suas melhoras
Bom, para mim o Elontril veio substituir outro, pelo que não consigo avaliar se os efeitos se devem à toma dele se ao desmame do outro. Não tá a ser nada fácil...
Ja tomei diversos medicamentos antidepressivos,mas esse cymbalta é o pior que ja vi,faz bem para a depressao mas quando voce nao precisa mais do medicamento larga-lo é muito dificil.Meu medico diminui gradualmente e mesmo assim tive os piores efeitos colaterais da minha vida.Tontura,dor de cabeça,fraqueza.Nao recomendo ninguem fazer terapia com essa droga.
Boa noite,
Eu estou a deixar o Cipralex e a iniciar o elontril 150mg...não ta fácil...não sei se os efeitos que estou a sentir são do elontril ou falta de cipralex...seja como for...força
Boa noite André Fonseca, eu me encontro na mesma situação,pode dar me o feedback de como correu esta alteração consigo.?!
Obrigada
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