As benzodiazepinas, descobertas nos anos 60, vieram substituir os barbitúricos, anteriormente utilizados como tranquilizantes. O fim para que são administradas - promover o relaxamento físico e mental e reduzir a actividade nervosa do cérebro - acaba por ser uma faca de dois gumes. Se por um lado limita o sofrimento do indivíduo ansioso, por outro lado contribui a longo prazo para a deterioração da sua memória.
Sob os efeitos destes medicamentos, a diminuição da memória é um facto que até vem descrita nas bulas como efeito secundário, sendo portanto universalmente admitido. Mas segundo Belinda Nunes, o stress e a privação de sono também são responsáveis pela diminuição da memória. Estes "efeitos secundários" do dia a dia da nossa sociedade afectam cada vez mais pessoas em idade activa, remetendo para cada vez mais cedo na vida do indivíduo um mal que era suposto começar a apoquentá-lo apenas na sua velhice.
Num estado ansioso, cujo efeito biológico se assemelha ao medo, o cérebro está em constante sentido de alerta. Não admira portanto, que releve para segundo plano actividades que não são necessárias - ou imediatamente necessárias - para essa finalidade. Não é importante lembrar da matéria das aulas a que assistimos ontem ou da data de aniversário de alguém, mas é importante lembrar aquilo que faz disparar a ansiedade, ainda que esse "lembrar" seja o ir buscar memórias ao inconsciente. Lá, mais ainda que aquilo de que conscientemente temos noção, temos arquivados, para a par, um estímulo e uma emoção. Ao ir buscar uma, o cérebro inevitavelmente traz outra atrás. Por isso, se o estímulo por exemplo for um som, imediatamente vamos lembrar a emoção que sentimos da última vez que experimentamos tal sensação. Se o som estiver associado a algo agradável, a emoção será positiva, sentiremos alegria, prazer; se pelo contrário estiver associado a algo desagradável, experimentamos uma sensação negativa, tristeza, raiva, medo, etc..
Não admira, face a isto, que a ansiedade nos faça perder a memória, ao concentrar-se nas emoções. Contudo, se pretendemos acalmar através do uso de tranquilizantes, o efeito na memória parece ser o mesmo, não necessariamente nas mesmas proporções. O melhor é mesmo pedir ajuda a remédios naturais, tais como ouvir música, ler um bom livro, receber uma massagem, praticar desporto, etc., comer alimentos saudáveis e dormir bem. Praticar um estilo de vida saudável é a melhor prevenção que existe. Mas caso lhe seja inevitável estar sob um estado ansioso ou tomar benzodiazepinas, lembre-se também de um provérbio muito antigo: o que não se usa, perde-se. Por isso, não se esqueça de ir exercitando a memória!
Viver, sobreviver, dar continuidade ao hoje e já agora que cá estamos... aprender um pouco mais...
Translate
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Ninguém pode com um deprimido!
Ver fonte da imagem Quando alguém está de bem com a vida, sem problemas do foro mental, tudo à sua volta corre bem. Mesmo que não corra, os ...

Mais vistas
-
Após dois anos a tomar Cymbalta e depois de tanto chatear a minha terapeuta por causa do sono durante o dia, ela resolveu alterar a medicaçã...
-
Ver fonte da imagem Num mundo tão recheado de informação e estímulos grátis, onde está o nosso "eu"? Somos um acumulado de influ...
-
Ver fonte da imagem Aquilo com que não conseguimos lidar são barreiras invisíveis ao nosso desenvolvimento pessoal. Quantas vezes sabemos ...
Sem comentários:
Enviar um comentário